Cuidado é uma palavra que pode ter vários significados: preocupação, zelo, cautela e demonstração de atenção são alguns deles. E quando falamos das demandas diárias de um líder, tudo que envolve seu time está relacionado (ou pelo menos deveria) ao cuidado com as pessoas que compõem sua equipe.
Nos últimos anos, sobretudo naqueles pós-pandemia, as lideranças têm administrado quadros de incertezas, pressão por resultados, prazos curtos, entregas cada vez mais eficientes e principalmente, cenários onde a saúde mental dos colaboradores tem sofrido forte impacto. Ao longo dos anos, com uma frequência cada vez maior, as empresas buscam soluções para os casos de afastamento de funcionários por psiquiatria e, ainda, a chamada demissão silenciosa.
Dentro deste cenário, o que constatamos são profissionais alçados à posição de líder, sem a devida experiência, treinamento adequado e com cobranças pelo “erro zero”; não é difícil entender que este ambiente de trabalho traz uma sobrecarga enorme, em muitos casos tornando-se tóxico e levando este profissional a desenvolver enfermidades como o Burnout.
Como lidar com essa situação?
A princípio, é demanda da empresa o olhar atento à saúde física e mental de seus líderes, identificar aqueles que apresentam algum comportamento diferenciado e propor auxílio. Também faz parte do escopo de competências da empresa, a criação e/ou manutenção de um ambiente saudável de trabalho e como já falei em artigos anteriores, não se trata de atender individualmente a necessidade de cada um da empresa, mas a implantação de um clima de segurança psicológica, onde entende-se que o erro, apesar de não desejável, faz parte do processo.
Esta preocupação com o ambiente de trabalho também deve ser do líder em relação ao seu time no que diz respeito ao clima de segurança que todos devem experenciar; isto terá, como consequência, um maior engajamento do time, uma entrega mais eficiente, inovação nos processos e diminuição da demissão silenciosa.
Mas o que o líder deve fazer em prol dele mesmo?
Acredito que, em primeiro lugar, este líder deva refletir e identificar qual o seu propósito: assim como na vida fora do ambiente de trabalho, no seu dia a dia corporativo, é preciso que tudo faça sentido. Sem isso bem identificado, todo o restante fica comprometido. Cabe a cada um pensar se vale a pena seguir e quais caminhos trilhar para que a saúde mental e física não sejam comprometidas.
Buscar a adaptação aos novos cenários é tão importante quanto à preparação/treinamento constantes, para não ser pego de surpresa. Não poderia deixar de citar a busca por atividades que proporcionem momentos de satisfação investimento em lazer: momentos de convívio com outras pessoas, boa nutrição e prática de atividade física serão sempre bem vindos.
A empresa que não entende que investir no bem-estar de seus funcionários (inclusive as lideranças) é o mesmo que investir em produtividade e entregas de excelência está fora de contexto. Assim como o profissional que não tiver um olhar atento a si e não estiver disposto a adaptar-se, encontrará cada vez mais dificuldades para manter-se no mundo corporativo.
Para refletir...
“Não é o mais forte que sobrevive e nem o mais inteligente, mas o que melhor se adapta às mudanças.” (Charles Darwin)
Boa sorte e até breve!
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