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Bicicletas nas academias

Colunista: Priscila Morela

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Desde o surgimento das bicicletas ergométricas, na década de 1980 (1), elas passaram a serem vistas como equipamento quase que essenciais, juntamente com as esteiras, para o desenvolvimento de atividade aeróbica nos espaços das academias.

Tempos depois, como forma de variar a pedalada em uma bicicleta estacionária (2), somada ao aperfeiçoamento da tecnologia, se iniciaram as aulas de Spinning ou Ciclismo in-door que passaram a dar às bicicletas um espaço especial nas academias. Em alguns casos, as bicicletas se tornaram as estrelas principais com aulas em horários específicos, uso de jogos de luzes, músicas etc.

Mas, após três décadas, no início desta terceira década do século XXI, são outras as bicicletas que donos e gestores de academias precisam observar e adotar no seu espaço: “a cultura da bicicleta”. Por quê?

Após cem anos segregada dos espaços urbanos e vista, principalmente, como equipamento de lazer, a bicicleta reocupa ruas como meio de transporte e, cada vez mais, aumenta-se o quantitativo de ciclistas que usam suas “magrelas” no dia a dia para deslocamentos cotidianos.

Talvez você esteja se perguntando: se as bicicletas estão nas ruas, por que preciso pensar nessa cultura dentro da minha academia? Primeiramente, apresento alguns dos motivos que têm contribuído para o aumento no uso das bicicletas:

  1. Adotar a bicicleta como meio de transporte não significa apenas chegar mais rápido do que se fosse caminhando ou até mesmo em veículos automotores em distâncias médias de 5 km, mas acima de tudo é um estilo de vida.
  2. Pedalar nas ruas possibilita contato com pessoas, melhor visão do entorno, visão esta que quando dentro de um veículo automotor fica restrita aos diâmetros dos vidros dos veículos e à velocidade deles.
  3. Trocar o carro pela bicicleta significa, também, diminuir o quantitativo de dióxido de carbono no meio ambiente.
  4. Realizar mais atividade física no dia a dia.

Trabalho realizado pelo grupo de pesquisa Experiências em Turismo e Transporte Ativos (ETTA) (3) apresentou, a pessoas que passaram a pedalar nos últimos cinco anos, nove afirmativas bastante comuns de se ler, ver e ouvir falar sobre bicicleta, elas deveriam indicar se acreditavam pela crença popular, se acreditavam porque haviam experienciado com a prática das pedaladas ou se simplesmente não acreditavam (figura 1). Foi verificado que bem-estar é o melhor termo a ser utilizado para traduzir o ato de pedalar, mas não se pode deixar de considerar outros aspectos que (in)diretamente também são esperados ao se frequentar a academia, tais como: controle de peso corporal e aparência física, por exemplo.

Figura 1: O que representa pedalar para ciclistas iniciantes. (Adaptado de ETTA, 2021 (4))

O papel das academias

O que isso significa para gestores de academias? Que as academias devem estar antenadas ao que está acontecendo do “lado de fora”. Ainda que as pedaladas venham a aumentar o quantitativo de atividades físicas, isso não significa que os exercícios físicos deixam de ser importantes. Ao contrário, quanto melhor as pessoas se sentirem fisicamente, mais terão interesse em frequentar a academia. Mais interesse terão em frequentar os espaços que não as olhem apenas enquanto estiverem ali dentro, mas que incentivem, que mostrem, que apoiem outras atividades que complementarão o trabalho ali desenvolvido.

Na cidade de Niterói (RJ) a prefeitura lançou o Selo Amigo da Bicicleta. Qualquer estabelecimento comercial do município que tenha interesse em participar pode se candidatar. Existem alguns parâmetros que os estabelecimentos devem seguir, tais como: estacionamento para bicicletas; vestiário e chuveiro para quem chega de bicicleta; água potável para quem chega de bicicleta; bomba para calibragem de pneus; promoção de eventos relacionados à bicicleta; postagens em redes sociais para estímulo ao uso da bicicleta; ornamentações internas que motivem pessoas a pedalarem; descontos para ciclistas etc. O objetivo principal não é favorecer uma determinada classe, neste caso os ciclistas, mas principalmente promover maior uso da bicicleta por se acreditar que pode trazer benefícios não somente para quem pedala, mas também para todo o entorno onde ocorre essa atividade.

Independente de você ou da sua academia, estarem ou não na cidade de Niterói, que tal adotar essa cultura? Diversas são as formas de investir, que tal começar pela decoração da academia? Será que não tem espaço em alguma parede para colocar um quadro com dizeres sobre bicicleta? Até uma rede de pizzaria nacional muito famosa por seus rodízios “adotou” a bicicleta. Em todas suas lojas, em uma das paredes, existe uma paisagem com duas bicicletas fazendo parte do cenário. Um porta canetas com imagem de bicicleta? Informativos sobre os benefícios sobre duas rodas? Ou, que tal organizar um passeio em ruas próximas à academia para alunos com a possibilidade de convidar amigos? O custo será seu tempo para organizar, entrar em contato com autoridades (dependendo do tamanho do grupo) para auxiliar no trânsito, pedalar com o grupo… Mas os benefícios para seu alunos, atuais e futuros, com certeza serão maiores!

Referências bibliográficas

(1) COMER, beber, pedalar: não necessariamente nessa ordem. não necessariamente nessa ordem. 2019. Disponível em: https://comerbeberpedalar.home.blog/2019/10/27/bicicleta-ergometrica-varios-beneficios/. Acesso em: 20 out. 2022.

(2) SPINNING. [2022]. Disponível em: https://bemstar.globo.com/index.php?modulo=aulas&url_id=233#:~:text=O%20Spinning%2C%20tamb%C3%A9m%20chamado%20de,FC)%2C%20velocidade%2C%20intensidade%2C. Acesso em: 20 out. 2022.

(3) https://ettauff.blogspot.com/p/publicacoes_3.html

(4) EDRA, Fátima Priscila Morela et alDez anos de Bike Anjo em Pernambuco: coletânea escola bike anjo. Niterói: Fth/Uff, 2021. 58 p. Disponível em: https://ettauff.blogspot.com/p/publicacoes_3.html. Acesso em: 25 out. 2022.

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