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Capitalismo consciente e mercado do bem-estar: feitos um para o outro

Colunista: Angelo Dias

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Maurício Benvenutti afirma, em seu livro Desobedeça, que se você está buscando uma oportunidade, você está procurando uma pessoa. Pessoas geram oportunidades.

A Reserva, marca de moda masculina, nomeou o seu setor de Recursos Humanos como Fontes Humanas Reserva. A Reserva acredita que, além de oportunidades, as pessoas são fontes de criatividade, conhecimento e inspiração.

Quem são essas pessoas? Os stakeholders, todos os envolvidos diretamente com o negócio. Colaboradores, clientes, fornecedores, gestores, comunidade e acionistas. Necessariamente nessa ordem.

E quem cuida dessas pessoas? Tudo começa com um líder. Um líder consciente. Aquele que pratica a escuta ativa, que se interessa verdadeiramente pelo desenvolvimento das pessoas e que as inspira através do exemplo. Para tanto, esse líder precisa ter um propósito bem definido. A Reserva, por exemplo, tem o propósito de “Cuidar, emocionar e inspirar as pessoas todos os dias”.

Enfatizamos o “necessariamente nessa ordem” porque as primeiras pessoas que o líder precisa cuidar são os colaboradores, o T.I.M.E. = Tribo Integrada e Motivada para a Excelência. Essa tribo só estará integrada e motivada para entregar o seu melhor se entender que faz parte de algo maior e perceba que está sendo bem cuidada.

O cliente é a razão de ser do seu negócio?

Alguns autores afirmam que o cliente é a razão de ser de qualquer negócio. É fato que os produtos de uma empresa só existem para atender desejos e necessidades de um grupo de pessoas. Mas desde os estudos sobre qualidade total nas empresas, na década de 90, que o mantra da gestão é “o cliente interno (colaborador) deve estar tão ou mais satisfeito que o cliente externo (consumidor) para o sucesso do negócio”. Colaboradores satisfeitos irão trabalhar com o líder em prol da construção de um ambiente acolhedor, produtivo e focado na melhor experiência do cliente.

E o fornecedor? Qual a importância dele nesse processo? Sou cliente da Amazon na compra de livros. Já imaginou que para a minha completa satisfação como cliente, além da melhor navegabilidade do site, a editora precisa entregar o livro no prazo combinado e a transportadora que vai me entregar o livro em casa precisa respeitar o acordo firmado na compra? Amazon, editora e transportadora precisam trabalhar em sinergia para aprimorarem constantemente a experiência do cliente. Por isso, a escolha de um fornecedor deve ser tão criteriosa quanto o processo de seleção de um colaborador. É mister conhecer seu histórico, reputação e confiabilidade. Você não está apenas fechando negócio com outra empresa. Você está trazendo para sua empresa um parceiro que irá agregar valor à sua entrega para o seu cliente.

Os gestores são os líderes

Lembra do mantra do Homem-aranha: “com grandes poderes vêm grandes responsabilidades”? Quanto mais habilidoso for o líder para cuidar dos stakeholders, maior a necessidade de autocuidado e a formação de um time com o qual ele possa contar. Ser o maestro de uma orquestra competente e afinada irá poupar tempo de retrabalho, aprimorar constantemente a produtividade e a qualidade da entrega. O líder monta um time e o time constrói a empresa. Cuide-se para poder cuidar.

Você conhece a comunidade do seu entorno? Quais as oportunidades e desafios que as pessoas do bairro onde está a sua academia, por exemplo, apresentam? Como a sua empresa pode agregar valor para essa comunidade? Você não precisa lutar contra a fome no Brasil, como faz a Reserva através do seu programa 1P = 5P (1 Peça de roupa = 5 Pratos de comida). Ou combater a violência contra a mulher através do seu aplicativo como faz o Magazine Luiza. Mas você pode incentivar a campanha do agasalho, recolher alimentos para uma entidade de assistência local, estimular a vacinação, colaborar com a realização de uma Festa Junina, promover palestras sobre saúde nas escolas da região, dentre outras ações. Tudo isso feito com verdade e responsabilidade irá ampliar a percepção de valor sobre o seu trabalho.

Por que os acionistas por último? Sem o investimento deles, nada do que foi descrito vai acontecer. Por incrível que pareça, todas as ações supracitadas estão estrategicamente desenhadas para gerar lucro. Mas não o lucro como fim em si mesmo, mas sim como resultado de uma entrega de qualidade com foco na melhor experiência possível para o cliente. Desse modo, os acionistas serão muito bem recompensados também.

E como fazer tudo isso funcionar?

Junto com todas as pessoas envolvidas cultivando uma cultura organizacional consciente. Mas o que é uma cultura consciente? Trata-se da cultura organizacional que é construída pelas pessoas com intencionalidade, sendo orientada pelos valores da empresa e alinhada conforme os processos e práticas que garantem a sua consistência. É uma construção diária de um ambiente saudável, produtivo, que respeita a diversidade e promove o desenvolvimento das pessoas.

Utopia ou algo possível de acontecer?

Acabamos de apresentar para você os 4 pilares do Capitalismo Consciente:

  • Propósito maior
  • Integração de stakeholders
  • Liderança consciente
  • Cultura consciente.

Mas o que é Capitalismo Consciente?

Trata-se de um movimento global que reúne pessoas e empresas inconformadas com a forma com que o capitalismo tem sido conduzido, tendo apenas o lucro como principal objetivo e deixando um rastro de desigualdade social e destruição ambiental.

A ideia é levar o movimento ESG – proteção ao meio ambiente, cuidado com a sociedade e governança consciente – para dentro das empresas.

Rodrigo Caetano e Pedro Paro, no livro “Empreendedorismo Consciente: como melhorar o mundo e ganhar dinheiro” (2020), apresentaram mais de 20 empresas brasileiras que já estavam utilizando os princípios do Capitalismo Consciente com excelentes resultados financeiros.

Duas delas se destacaram durante o distanciamento social na pandemia com o aumento da sua lucratividade, mesmo com as lojas físicas fechadas: Reserva e Magazine Luiza.

Em 2020, tínhamos poucas representantes do mercado do bem-estar utilizando os pilares do Capitalismo Consciente em sua gestão. As mais conhecidas eram a Natura e o Ecossistema Albert Einstein. Já viu como essas marcas continuam crescendo?

Concorda que os 4 pilares do Capitalismo Consciente apresentam total sinergia com o mercado do bem-estar? Ambos preocupados com as pessoas e a sustentabilidade do planeta. Cuidar das pessoas é o principal propósito do mercado do bem-estar.

Já pensou em aplicar os princípios do Capitalismo Consciente na sua academia? Entendo que o desafio é grande, mas a recompensa vai valer a pena!

Bora aprender sempre!!!

Para se aprofundar nesse tema, seguem as seguintes recomendações:

  • MACKEY, John e SISODIA, Raj. Capitalismo Consciente: como libertar o espírito heroico dos negócios. Rio de Janeiro: Alta Books, 2013.
  • CAETANO, Rodrigo e PARO, Pedro. Empreendedorismo Consciente: como melhorar o mundo e ganhar dinheiro. Rio de Janeiro: Alta Books, 2020.
  • Site do Capitalismo Consciente Brasil = www.ccbrasil.cc

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