Conhece o “Fenômeno-Ilha”? Comum no mercado de trabalho, ele pode afetar – e muito! – o seu crescimento profissional e pessoal!
A nossa vida ensina que tudo é relacionamento. Para ser feliz, ter realizações e ser próspero, no ambiente de trabalho e fora dele, é bom entender que quem não está conectado às possibilidades, está perdendo oportunidades de se desenvolver e desenvolver o ambiente à sua volta. Nada tem muito sentido se não houver envolvimento associado à possibilidade de desenvolvimento. E é nesse sentido que surge o “Fenômeno Ilha” nas empresas.
Você conhece ou já trabalhou em uma empresa com muitos anos de vida e que mantém seu modelo de gestão engessado? E com um colega que atua há muito tempo em um mesmo cargo e não consegue se sobressair em uma nova função? E com aquele gestor que não acredita no potencial da empresa e da equipe e nega ações inovadoras, com um apelo: não se mexe em time que está ganhando? Pois é, muitas dessas situações refletem o chamado “Fenômeno Ilha”, um dos comportamentos mais comprometedores na área de gestão de pessoas e que atrapalha o crescimento profissional.
Definindo o fenômeno ilha
Ligado à estagnação, esse fenômeno é favorecido tanto pela falta de incentivo das empresas, que muitas vezes não dão oportunidades à sua equipe de acompanhar as inovações e agregar valores ao negócio, quanto pela má qualificação do profissional e a limitação do seu pensamento criativo, uma barreira que impede a originalidade ou até mesmo constrói uma imagem distorcida do que é felicidade no trabalho.
O “Fenômeno Ilha” nada mais é do que a estagnação no ambiente de trabalho e que se reflete na vida como um todo. Empresas com o modelo de gestão engessado, pessoas que ficam muito tempo num cargo e já não sabem mais o que poderiam fazer ou porque não sabem mesmo ou porque não são estimuladas e a falta de atualização e de percepção. Ilha tem a ver com o isolamento; o ser humano tem por hábito e vício, acomodar-se de alguma maneira, ou por acreditar que já fez muito, ou por acreditar que não tem o que fazer ou porque não tem metas e objetivos claros e definidos.
Aí somos o tempo todo bombardeados, “auto bombardeio”, de sabotadores mentais que chamamos de crenças: “eu não consigo fazer isso, isso não vai dar certo, já tentei e não rolou… acho que não vai dar, meu chefe não vai querer, não serei aprovado!” Ao passar a acreditar nessas “falsas verdades” nos isolamos e promovemos esse efeito ilha em nossas vidas. No mercado de academias, temos por hábito querer reinventar o tempo inteiro, mas parece que há um preconceito com o que de fato significa futuro e aí o tratamos como algo longe, que ainda vai demorar, sem percebermos que o agora faz parte desse futuro também.
Para que os profissionais se mantenham competitivamente ativos, é importante combater essa situação cuja característica é o isolamento. Muitas vezes ela acontece pela falta de incentivos das empresas às suas áreas de Recursos Humanos, já que não enxergam a importância de tratar bem sua equipe para, como consequência, os clientes externos serem bem tratados também. E ter funcionários mal remunerados, por exemplo, traz ainda mais reflexos: a má qualificação desse profissional que não vê chance de crescer e a impossibilidade de a empresa fazer muitas exigências em relação a eles.
Trabalhe por um significado
As pesquisas supervalorizam as pessoas que estão felizes no trabalho, mas nem sempre é simples mensurar e afirmar isso com certeza. Você já parou para pensar se está realizado com o que faz hoje profissionalmente? Para ajudar nessa reflexão, pergunte-se: tendo ou não alcançado as metas da minha função, estou motivado e entusiasmado? Essa resposta exige pensar além dos objetivos organizacionais e ter uma visão de mundo mais rica. Se pretende trilhar novos caminhos, independentemente se o seu cargo atual é mais estratégico, gerencial ou operacional, minha dica é: desconstrua-se e destrua pensamentos que impedem novas ideias! Que tal começar se questionando se a empresa em que trabalha hoje tem a ver de fato com você? Em vez de continuar desalinhado com o que acredita, é melhor ter lucidez o quanto antes e montar um plano para mudar de ares. O propósito do trabalho tem a ver com aquilo que temos de melhor, que são nossas competências naturais e tudo o que nos encanta fazer. E disso não podemos abrir mão! No momento em que percebemos que a forma de trabalhar não faz mais sentido, é preciso tomar as próprias decisões e lutar para conquistar o que se gosta. É uma saída infinitamente melhor do que se forçar – ou ser forçado – a gostar do que faz e conquista, apenas por costume.
“Planos não passam de boas intenções, a menos que se transformem imediatamente em trabalho duro.” (Peter Drucker)
Não podemos perder a oportunidade de sermos autênticos e independentes. Por isso, considero uma cilada ficar sempre a serviço daquilo que você ainda não alcançou e pensar nas metas como motivação e alcance de alta performance. Foque em você e trabalhe por um significado, seja ele qual for, desde que importante para sua vida!
Vale a pena refletir sobre o que realmente importa no seu trabalho, pensando tanto na empresa em que você está, quanto na função que exerce propriamente. Tendo isso claro, evita se submeter a verdade simpostas e perder o poder de dizer o que pensa e fazer o que gosta – independentemente do nome da empresa que consta ou irá constar no seu crachá! O autoconhecimento é de extrema importância nesse processo, até para evitar aquela antiga expressão do “trocar seis por meia dúzia”.
“’Sair da caixa’ é importante, mas de nada adianta sair de uma para entrar em outra!”
E para conseguir o que se deseja na vida, comece decidindo o que você quer. Depois disso, analise onde está (seu estado atual), onde quer chegar (seu estado desejado) e o que é preciso fazer para chegar lá (quais recursos necessito). Isso não quer dizer que necessariamente você tenha que fazer as malas e partir rumo a uma outra empresa, talvez a mudança de departamento, de funções ou de postura já sejam suficientes para você começar – ou voltar – a crescer e se tornar um profissional melhor, seja você dono, gestor ou colaborador!