Nessa coluna tenho a participação de Filipe Medeiros, professor universitário, especialista em Gestão e Marketing e sócio da Hashtag Marketing Inc. que nos brinda com o texto abaixo.
Ao trabalhar a minha presença digital em prol de aumentar a consciência do profissional de educação para o mercado, para os conceitos de empreendedorismo e marketing, percebo uma resistência muito específica, não sei se por eu também ser professor ou pelo contexto da profissão.
A resistência dos professores ao empreendedorismo e ao marketing – em especial ao digital – é um fenômeno multifacetado, influenciado por diversos fatores históricos, culturais e educacionais. Compreender essas barreiras é essencial para promover uma mudança de mentalidade que permita a nós, educadores, adaptarmo-nos às demandas de mercado atuais.
Historicamente, os currículos de formação de professores (e não só deles) enfatizam competências técnicas e pedagógicas, com pouca ou nenhuma ênfase em habilidades empreendedoras ou de marketing. Essa lacuna educacional resulta em profissionais que não foram preparados para pensar de forma empreendedora ou para utilizar ferramentas de marketing digital em suas práticas. Segundo um estudo publicado na Revista Brasileira de Educação, “os cursos de licenciatura no Brasil ainda carecem de disciplinas que abordem o empreendedorismo e a inovação educacional”.
A cultura educacional tende a valorizar conhecimentos técnicos específicos, as tão esperadas hard skills, sobre habilidades comportamentais e de gestão, as soft skills. Essa priorização pode levar os professores a subestimarem a importância de competências como liderança, vendas, experiência do cliente, adaptabilidade e pensamento estratégico, que são fundamentais no empreendedorismo. De acordo com a Revista de Administração de Empresas, “há uma tendência em priorizar conteúdos técnicos, relegando as habilidades comportamentais a segundo plano”.
(Continua)