Não importa em qual setor você trabalhe, ser um empreendedor no Brasil exige a adoção de estratégias de venda e de fidelização do cliente.
Mas nem sempre essas estratégias são adotadas por especialistas, ou pelo menos, mediante estudos de mercado. Isto faz com que fiquemos cercados de amadores que corrompem o mercado e desvalorizam o serviço prestado. Exemplos seriam os famosos “pague metade”, “serviços a R$ 10,00”, entre muitos outros. Aqui entre nós: não há problema nenhum em vender mais barato, desde que o serviço ou produto fosse de qualidade. E todos nós sabemos que algo de qualidade tem um valor mais alto, salvo raríssimas exceções. Sem delongas, a preço do título do artigo, tem gente comprando maisena na Shopee por R$ 35,00 em pote escrito “creatina”.
E no universo do Pilates, será que temos os “Pilates Maisena”? Não tenha dúvidas que existe de montão! Enquanto uns estúdios oferecem o serviço de 2 vezes na semana por R$ 300,00, existem os outros (no mesmo bairro e para o público de mesmo poder aquisitivo) que oferecem por R$ 150,00.
Este fato exige providências, se não você vai acabar sendo obrigado a vender Maisena e mentir falando que é cretina (preciso citar a fisioterapia de plano de saúde?).
Vamos conversar sobre como esse mercado pode atrapalhar os negócios de quem vende um serviço de qualidade.
1. O que é fácil e barato não é valorizado
Isso é um fato! E todos nós fazemos isso até mesmo sem perceber. Todo mundo quer ter uma piscina em casa, mas quando tem, não usa. Você não quer pagar uma academia para usar esteira, e quando compra uma, vira cabide ou enfeite de sala. E por aí vai…
Levando para nossa conversa, o risco de diminuir o preço do serviço e facilitar demais (como criar formas de parcelamento que te prejudiquem) está na desvalorização do produto ou serviço. O pensamento do seu cliente vai girar em torno do: é barato, então não deve ser de qualidade. E quando você precisar reajustar valores, será um grande tormento. Seus clientes não vão querer pagar mais caro por algo que se concretizou como de pouco valor. Criou-se literalmente uma marca (negativa) para seu estúdio.
Então, não caia nessa armadilha de diminuir o valor. Cobre o que um bom serviço mereça receber e não fique com medo de perder clientes por isso. No final, a qualidade e o resultado sempre vencem o preço.
2. Percepção do que é barato não precisa funcionar tão bem
O povo brasileiro foi acostumado a se contentar com o pouco e se conformar com isso. Esse molde social vem de uma construção histórica onde os governantes (desde o período da colonização) se usufruem da riqueza do país às custas do trabalhador. E que o pouco que é cedido está bom e merecedor de gratidão.
E como isso afeta o seu Pilates? Se alguém oferece o serviço por R$ 150,00 enquanto você oferece por R$ 300,00, não tenha dúvida de que muitos irão para o “melhor preço” sem mesmo conhecer o trabalho de ambos os estúdios…
O pior de tudo é que essa percepção histórica de que o pouco já é suficiente vai fazer com que o praticante se depare com um péssimo serviço prestado no estúdio e ainda tenha o pensamento: “é ruim, mas pelo menos é barato” ou “esse serviço não funciona, então melhor pagar o mais barato mesmo”.
É seu dever como empreendedor de um estúdio sério e que presta serviços de qualidade, apresentar o que é uma prática de exercícios de qualidade. E que o caro é pagar por algo que não tem resultado. Por que eu compraria maisena em pote de creatina por R$ 35,00 sem ter qualquer resultado, se eu posso comprar uma creatina verdadeira por R$ 80,00 e ter resultados reais? O que é mais caro? R$ 80,00 por resultados ou R$ 35,00 por nada? Você precisa mostrar para seu cliente que ele merece o melhor, mas que o estúdio precisa cobrar de forma condizente.
3. Mais do que prestação de serviço, você tem obrigação de ser honesto com seu cliente
Veja na prática o que estou falando sobre a maisena se fazendo de creatina.
Na imagem, você vê uma suposta Creatina no valor de R$ 39,00, sendo que uma creatina real com 300g não custa menos que R$ 80,00. Ou seja, a falsa creatina está custando menos da metade.
Detalhe para a quantidade de pessoas que foram enganadas: 8.600! E esse é só um vendedor! Imagina esse fato ocorrendo em milhares de “vendedores”.
Outro detalhe, está na avaliação das pessoas. Como elas não conhecem o que é uma verdadeira creatina, apenas 230 pessoas das 8,6 mil, perceberam que era um produto falsificado e que se tratava de enganação.
Fica o pensamento para o seu estúdio de Pilates. Vale a pena cobrar metade do valor e não conseguir apresentar um serviço real e verdadeiro? Você quer que seu estúdio seja lembrando por uma atividade de excelência ou por apresentar falsas promessas?
Valorize seu trabalho e jamais engane seu cliente oferecendo algo que não traga reais resultados. Seja um estúdio Creatina, e não, um estúdio maisena!
