Pesquisar
logotipo-refh-transparente

Publicidade

[uam_ad id=”3500″]

Por que avaliação do movimento?

Colunista: Mauro Guiselini

Publicidade

  • O que é exercício executado de forma correta?
  • Nós treinamos certo e na hora do jogo o movimento executado de forma errada favorece o aparecimento de lesões?
  • O exercício (agachamento, afundo, Stiff) executado de forma inadequada (errada) favorece o aparecimento de lesões?
  • No agachamento, o joelho não pode ultrapassar a ponta dos pés?
  • Realizar a “puxada atrás da nuca” provoca lesão nos ombros?
  • O abdominal completo (sit up) favorece o aparecimento de lesões na coluna lombar?

Estas, dentre outras, são algumas das questões sobre se o exercício sendo executado de forma inadequada (errada) favorece o aumento da incidência de lesões… Falso ou verdadeiro?

Não é objetivo específico deste artigo discutir os fatores determinantes da incidência de lesões entre pessoas comuns, praticantes de exercícios com objetivos de saúde & bem-estar, estética, de esportes recreacionais ou de alto rendimento.

Pessoas comuns, sedentárias, com sobrepeso, de acordo com inúmeros estudos, apresentam altos índices de lesões – ombros, coluna, joelhos são as principais regiões do corpo; interessante que essa população é sedentária. Sobrepeso, enfraquecimento e encurtamento muscular favorecem, de forma drástica, a incidência de lesões (artrose, condropatia, lesão de LCA, discopatias, lombalgias, entre outras).

No esporte de alta performance, é muito claro o alto índice de lesões. Seguramente, um atleta que chega ao podium, tem no seu histórico uma quantidade muito grande de lesões; lembrando que são pessoas diferenciadas, principalmente sob o ponto de vista físico e genético.

Um fato interessante: sedentários e atletas recreacionais ou de alta performance apresentam altos índices de lesões; não se exercitar de forma adequada ou em excesso são situações que favorecem a incidência de lesões, mas não vamos abordar a grande quantidade de doenças crônico degenerativas que acometem milhares de pessoas sedentárias.

Voltando às questões iniciais, em especial aquelas relacionadas à “forma correta de esse exercitar”, existe um consenso entre os especialistas do movimento de que “é importante ensinar o movimento (exercício, habilidade) de forma correta; que o aluno/cliente ou mesmo atleta, aprenda a realizá-lo corretamente antes de aumentar a intensidade, complexidade e volume”.

O que é “exercício correto”

As áreas de estudo, principalmente a Cinesiologia, Biomecânica, Aprendizagem Motora, Desenvolvimento Motor, Treinamento Desportivo e Pedagogia do Movimento, fornecem subsídios para que os profissionais do movimento sejam capazes de selecionar e aplicar diferentes movimentos considerando, para tanto, os objetivos, necessidades, nível de desenvolvimento motor e de capacidades funcionais dos alunos/clientes ou atletas.

É importante ressaltar que o exercício é classificado de diferentes formas considerando,  para tanto, os seguintes componentes:  fonte de energia predominante (aeróbia, anaeróbia), efeito geral ou local (quantidade de músculos envolvidos e solicitação dos sistemas), nível de complexidade (baixa, alta), intensidade (baixa, moderada, alta), planos (monoplanar, multiplanar), articulações envolvidas (monoarticular, multiarticular), especificidade (habilidades básicas, específicas, especializadas), entre outras classificações.

Portanto, para que a execução de determinado exercício seja considerada correta, faz-se necessário uma análise um tanto quanto complexa, o real conhecimento desses vários componentes e, em especial, os aspectos cinéticos (torque) e cinemáticos (velocidade, aceleração) que interferem na sua execução, além da adequação em função do nível de desenvolvimento motor e capacidade funcional do aluno/cliente ou atleta.

Num primeiro momento, no momento da Avaliação do Movimento – sistema para identificar a existência de possíveis déficits de movimento, durante a execução do movimento utilizado como teste – o olhar está voltado para o nível de complexidade do mesmo, não considerando a intensidade como fato limitante para a sua execução.

É fundamental que o Profissional do Movimento tenha conhecimento sobre o Padrão de Execução do Movimento que é considerado correto, que o mesmo esteja de acordo com a integração das várias capacidades como, por exemplo, a mobilidade, estabilidade, coordenação motora e força necessária para a sua execução, dentro dos planos desejáveis.

Sem dúvida, é uma tarefa difícil para o Profissional do Movimento, requer prática, conhecimento teórico e vivência prática dos vários movimentos a serem avaliados; essa combinação – teoria e prática – é necessária para uma análise mais precisa se o movimento está sendo executado de forma correta, caso contrário, será necessária a aplicação de exercícios corretivos para colocá-lo dentro de um padrão considerado correto.

Vamos para a prática?

Encontram-se, na literatura especializada, inúmeras sugestões de testes para avaliar a qualidade do movimento – a execução de acordo com padrões que identificam se estão sendo executados de forma correta ou não. O Sistema Avaliação do Movimento, desenvolvido pelos Professor Dr. Mauro Guiselini e Professor Fisioterapeuta Rafael Guiselini, sugere a aplicação de testes qualitativos e quantitativos para identificar a existência de possíveis déficits em 11 movimentos. Fichas checklist e tabelas classificatórias são utilizadas para avaliar os movimentos e, a partir dos resultados, é sugerida a aplicação de exercícios educativos para fazer os ajustes e correções necessárias.

Veja, na figura abaixo, um exemplo de agachamento com vários déficits de movimento e um agachamento considerado “correto”. Você consegue visualizar os déficits de movimento?

Figura 1 Agachamento “Over Head” errado e correto

Considerações

O movimento (habilidade) Agachamento “Over Head” é um dos mais praticados nos programas de fitness, no treinamento esportivo, sendo visto como um dos mais complexos. É multicomponente – requer a integração de várias capacidades biomotoras (estabilidade, mobilidade, força, coordenação motora e consciência corporal); monoplanar (movimentos de flexão/extensão, que ocorrem no plano sagital); multiarticular (dorsiflexão dos tornozelos, flexão dos joelhos, flexão do quadril, flexão lombar – no inicio do movimento e depois se estabiliza, flexão dos ombros).

Recomendamos que os profissionais do movimento que o incluem como um dos principais exercícios, por diferentes objetivos apliquem o teste Agachamento Over Head, utilizando somente o peso corporal e um bastão para auxiliar a visualização do movimento. Sugerimos que, enquanto o aluno/cliente não seja capaz de realizá-lo de forma correta, utilizando, somente como carga, o seu peso corporal, não adicione cargas externas.

No próximo artigo vamos comentar sobre outros testes qualitativos.

Assista ao vídeo abaixo para conhecer a aplicação do teste Agachamento Over Head.

Leia outros artigos

O que achou desse artigo?

Publicidade

Publicidade

Publicidade

REF&H
Enviar