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Peopleware: quando tudo fica igual, as pessoas fazem a diferença

Colunista: Mauro Guiselini

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A frase do título foi utilizada no meu artigo do mês passado, nele fiz referência à integração das três grandes áreas de uma academia, centro esportivo, Studio, boutique de fitness ou qualquer outro modelo de serviço que oferece programas de treinamento: hardware, software e Peopleware (se não leu, recomendo que dê uma passada por ele clicando aqui).

Recentemente, participei, como convidado, de uma LIVE conduzida pelo Prof. Dr. João Moura, onde o tema abordado foi a construção da carreira do profissional de Educação Física; na ocasião utilizei um termo que foi muito bem aceito pelo anfitrião – a existência dos “commodities do Fitness”.

Fazendo uma análise crítica construtiva e criteriosa, a respeito dos diferentes modelos de negócios existentes na indústria do Fitness & Wellness, fica claro e evidente uma similaridade muito grande: arquitetura, equipamentos, programas de treinamento, sistema de pagamento, preço, marketing, equipe técnica… enfim, tudo muito parecido.

Quando se trata de estrutura física, paredes, espaço físico, equipamentos, modelos de aula, sistemas de atendimento, programas de gerenciamento, vendas, treinamento físico, observamos que existe uma grande similaridade, o que é muito bom pois, para tudo isto, existe um consenso: o que é bom e funciona deve ser utilizado, copiado; criamos o famoso commodity. Opa! em muitos casos surge a grande discussão: como precificar o meu produto? Como fazer com que o aluno/cliente perceba o valor do meu produto/serviço e não simplesmente entender o “preço”.

Experiência!

A palavra mágica! Como falamos acima, se temos uma grande quantidade de itens, que são similares nos centros de treinamento, os consultores, gestores, coordenadores técnicos têm um grande desafio: sair da mesmice, do lugar comum, oferecer uma experiência diferente, se possível única, que consiga encantar o seu aluno/cliente. Vocês já devem ter ouvido de consultores, ou mesmo lido, em artigos, que “nós não mais vendemos exercícios ou mesmo aulas, oferecemos programas de treinamento que propiciam experiências significativas, que evocam uma combinação de aspectos físicos, cognitivos, socioafetivos e emocionais”.

Eu diria: conseguimos aquele famoso UAU! Uma sensação que nos tira do estado de equilíbrio e nos transporta para uma outra dimensão, uma sensação de satisfação, alegria e prazer! OPA! Não se esqueça: o Ser Humano é movido ao prazer, foge das situações dolorosas.

Um break:

Tem gente que adora sofrer durante o treinamento, sentir dor, quem não se lembra da famosa frase, muito popular, durante muitos anos “NO PAIN NO GAIN”.

Conseguir que a experiência em participar de um programa de treinamento, composto de diferentes modalidades de exercícios, sem dúvida é um grande desafio para todos nó. É importante lembrar que, para a grande maioria das pessoas, exercício físico não está entre as coisas mais importantes que, por sua vez, também são prazerosas, como, por exemplo família, crença religiosa, comida, álcool, culto religioso, emprego, animal de estimação. Muito raro a prática regular do exercício físico, frequentar uma academia, dificilmente estará classificada entre as 5 primeiras.

Como sair do lugar comum?

Com dinheiro disponível, podemos, muito rapidamente, resolver alguns problemas emergenciais – reforma das instalações, novo visual, compra de novos equipamentos e acessórios, atualização de programas gerenciais entre outros bens materiais que estão disponíveis na prateleira: vai lá e compra!

Porém, como iniciamos este artigo com a frase “quando tudo fica igual…as pessoas fazem a diferença”, chegamos no ponto crucial:

Como construir uma equipe de sucesso?

Infelizmente, profissionais de excelência não estão na prateleira, impossível entrar no Mercado Livre e comprar um excelente professor de musculação, aulas coletivas, avaliação, hidroginástica, entre outras modalidades, profissionais que vão dar conta do recado, que serão capazes de criar experiências que encantam os alunos/clientes.

Diante de tal quadro, de certa forma, preocupante, temos que resolver o problema crucial: preciso de uma equipe técnica vencedora, se não existe disponível no mercado, tenho que construir uma que atenda às minhas necessidades, afinal já foi feito o investimento nas outras áreas.

Investindo na formação profissional

Uma questão a ser analisada, considerando o tamanho do seu negócio, é a viabilidade de investir na formação dos seus profissionais tendo em vista a dificuldade de encontrar alguém disponível e pronto no mercado para atender a s suas demandas.

Em um primeiro momento, a contratação de experts na área técnica, que possam treinar a sua equipe, é uma alternativa viável. Para tanto, é importante definir o foco do seu negócio, o produto que será oferecido, público-alvo, precificação, entre outros aspectos. Esta medida poderá ajudá-lo a resolver a sua necessidade emergencial de ter que construir uma equipe de sucesso. Seguramente, o investimento será menor, considerando ser uma consultoria externa, seu desafio é encontrar um consultor com expertise para aquilo que você precisa.

Um outro procedimento, muito comum nas empresas, é a estruturação de uma Escola Corporativa ou Centro de Treinamento e Capacitação Profissional. O investimento é maior, a organização pedagógica é mais complexa, envolve um programa de Educação Continuada, com supervisão, acompanhamento e treinamento sistematizado, realizado por profissionais experientes, que consigam desenvolver as competências dos profissionais da área técnica.

Mudanças no mercado de trabalho

Quem quer trabalhar na sala de musculação? Quem quer dar treino coletivo? Quem quer dar aula de hidroginástica? Quem quer ser Avaliador?

É bem provável que os jovens acadêmicos, recém-formados, egressos dos Cursos de Bacharelado em Educação Física, não tenham como primeira opção profissional atuar nas áreas acima; segundo relatos e constatação, a grande maioria tem como foco trabalhar como Personal Trainer (presencial ou on line) – as possibilidades de ganho são bem maiores; ter o seu próprio negócio ou ser empreendedor no marketing digital – criar seu próprio produto e vendê-lo no modelo digital é a pretensão de muitos.

Outras opções de trabalho na área da Educação Física – preparação física esportiva, marketing digital, especialista em emagrecimento, fisiologia, biomecânica, body building coach, entre outras, aparentemente são mais atraentes do que aquelas desempenhadas nos centros de treinamento.

Em busca do profissional que tem vocação

Motivo de muita discussão e controvérsia, tanto no âmbito corporativo, bem como no esporte, é a identificação das características dos indivíduos que conseguiram sucesso: são inatas ou aprendidas? Entre os fatores genéticos (características físicas), motivacionais (incentivo), ambientais (oportunidade), perfil (características pessoais), qual ou quais são determinantes? Opa! Esta é uma discussão muito complexa, sem contar, é claro com a VOCAÇÃO! 

Vocação é um termo derivado do verbo no latim “vocare” que significa “chamar”.

A vocação é uma inclinação para exercer uma determinada profissão ou um talento (aptidão natural) para executar algo.

Sem dúvida, em um primeiro momento, fica claro que o grande desafio para construir uma equipe de sucesso é encontrar profissionais que tenham vocação para atuar no seu negócio como se diz por aí: “nasceu para isso, não consigo vê-lo fazendo outra coisa!”

Grande parte do sucesso na escolha de uma determinada atividade profissional, quer seja no mundo corporativo ou esportivo, está na sua VOCAÇÃO; quando dizem “não faria outra coisa a não ser esta, me sinto feliz, realizado, estou no caminho certo, feliz com aminha escolha”, é o ponto fundamental.

Um detalhe: você, seguramente já ouviu falar do famoso Teste Vocacional, um procedimento para ajudar os jovens inseguros quanto a escolha da futura atividade profissional. Segundo especialistas, é uma tentativa válida!

Uma equipe com competência

Competência é definida como a mobilização de conhecimentos e aprendizados para solucionar um problema. De acordo com o sociólogo suíço Philippe Perrenoud, a competência engloba um conjunto de coisas utilizadas de forma criativa para atender a uma demanda.

Outra definição popular do termo competência parte da ótica da Administração, que a descreve como uma combinação entre três fatores: conhecimentos, habilidades e atitudes.

Em resumo, competência é um conjunto de conhecimentos, habilidades, comportamentos e aptidões que propiciam maiores possibilidades de obtenção de sucesso no exercício de determinadas atividades.

A CHAMA do sucesso

A partir destas definições, de acordo com estudos e com minhas experiências práticas, no desenvolvimento de modelos pedagógicos voltados para a construção de uma equipe técnica (quando Diretor Técnico das Academias RUNNER e Cia Athletica) estruturei um conceito de competência onde, além dos três fatores citados (conhecimentos, habilidades e atitudes), incluí as características pessoais como elemento fundamental nas atitudes, a motivação como fator fundamental para o contínuo desenvolvimento profissional – a vontade de querer crescer, ser uma autoridade, ter o reconhecimento profissional, não se acomodar. Incluí também o AMOR pela profissão escolhida – que tem estreita relação com a vocação – ter um propósito de vida por meio da atividade profissional, em especial, aqueles que escolheram atuar como cuidadores de pessoas – que utilizam o exercício físico como meio para ajudar seus alunos/clientes a alcançarem seus objetivos, quer sejam relacionadas à saúde & bem-estar, estética ou performance recreacional ou de alto rendimento.

Criamos então a sigla CHAMA: conhecimentos, habilidades, atitudes (características pessoais) motivação e amor. É a partir destes fatores que estruturamos um programa de desenvolvimento de uma equipe de sucesso.

Estruturando o programa

Como citamos anteriormente, a construção de uma equipe de sucesso deve seguir alguns passos.

O primeiro, fundamental, é o posicionamento da empresa no segmento Fitness & Wellness: marca, produto oferecido, público-alvo, além da estrutura física, são determinantes para a criação de uma empresa + marca + produto + pessoas.

O segundo passo é a seleção dos profissionais: importante ter um bom critério para identificar, principalmente, as características pessoais, pois os demais componentes dependem de treinamento. Como citamos anteriormente, encontrar aqueles que, de certa forma, demonstrem vocação para tal tarefa realmente é a grande dificuldade. Um bom sistema de entrevista se faz necessário para tal finalidade.

O detalhamento da sigla CHAMA, os conteúdos específicos e como desenvolvê-los será conteúdo do próximo artigo.

Espero que aproveitem! Boa leitura!

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