Um paradoxo muito interessante!
Plano de Saúde… geralmente você utiliza quando está doente, talvez o nome deveria ser Plano de Doença.
Estou me sentindo muito bem, com muita energia e disposição, sem nenhum sintoma que causa preocupação…então vou ao médico. Esta é uma situação inusitada, não comum entre a grande maioria das pessoas, muito embora um dos hábitos saudáveis é a realização de exames médicos periódicos como medida preventiva.
A ciência é muito clara sobre a importância dos exames médicos periódicos, da realização dos denominados exames diagnósticos preventivos pois, como é sabido, inúmeras doenças quando diagnosticadas precocemente, no seu início, as chances de curam são muito grandes; isto é válido, inclusive, para a grande maioria dos tipos de câncer. E o Profissional de Educação Física… deve ser competente para realizar o diagnóstico?
O que Diagnóstico?
É um substantivo masculino e sua origem vem dos termos gregos Dia, que quer dizer “através” e Gignósko, que significa “conhecer, saber”.
Segundo o dicio.com.br, diagnosticar é verbo transitivo direto e significa realizar exames, buscando encontrar a razão e a natureza de uma afecção, de uma doença, geralmente através da descrição dos seus sintomas: o médico diagnosticou o paciente com câncer. Sinônimos de diagnosticar: fazer diagnóstico de algo, identificar, indicar, determinar, detectar, descrever (sinônimos.com.br).
Na prática, diagnosticar pode ser entendido como o ato, por meio da utilização de uma série de procedimentos e instrumento, para tomar conhecimento daquilo que pretende investigar, saber, conhecer (GUISELINI, 2021). As informações obtidas servem para a tomada de decisões no sentido de elaborar a prescrição do tratamento (medicamentos, procedimentos) ou do treinamento (meios e métodos de treinamento), dependendo do especialista em questão.
A prescrição, uma atitude do Profissional da Área da Saúde, acontece de duas formas, dependendo da especialidade.
Profissionais de excelência são competentes em fazer diagnósticos assertivos, conseguem identificar, de forma pontual, as metas/objetivos dos alunos/clientes/pacientes, possíveis causas de determinadas doenças, existência de déficits de movimento, alterações no nível da capacidade funcional, seleção e aplicação de avaliações clínicas, são capazes de elaborar as melhores estratégias de tratamento de doenças ou prescrição de treinamento de acordo com diferentes objetivos.
Um dos componentes do diagnóstico é a aplicação da Avaliação Morfológica e da Capacidade Funcional do aluno/cliente, que é composta de testes para identificar o nível de desenvolvimento das capacidades biomotoras, a existência de possíveis déficits de movimento e os componentes morfológicos (antropometria e composição corporal). Podem ser incluídos testes específicos como, por exemplo, para avaliar a postura ou mesmo disfunções musculares. (GUISELINI, 2023)
Aplicação prática
Os profissionais de Educação Física que atuam como Personal Trainers, Professores de Musculação e de Avaliação, devem ser preparados para fazer um “excelente diagnóstico” dos seus alunos/clientes; como profissional da área da saúde, tem a responsabilidade primária de prescrever o treinamento considerando as metas/objetivos dos alunos, as suas características e necessidades que são identificadas na anamnese e na avaliação funcional e, de posse dessas informações, interpretar os resultados e elaborar o programa de treinamento.
Temos, portanto, um grande desafio na formação dos profissionais de Educação Física que atuam nas academias, clubes, centros esportivos, Studios e como personal trainer: prepará-los para que desenvolvam competências necessárias para elaborar e aplicar um “excelente diagnóstico” pois, sem as informações obtidas na sua aplicação, estão sujeitos a cometer enganos na prescrição do treinamento.
Observamos, na prática diária, alunos/clientes sendo submetidos a treinamentos que, sem dúvida, foram elaborados considerando as metas/objetivos primários desejados por eles, porém, a intensidade e complexidade dos exercícios estão em desacordo com as suas reais capacidades funcionais. Complexidade e intensidade muito altas fazem com que a execução do exercício acabe sendo inadequada, aumentando as possibilidades de aparecimento de lesões e, até mesmo, a desistência.
Infelizmente não temos observado no “mundo fitness & Wellness”, uma atitude, dos profissionais de Educação Física que estão na linha de frente, na pratica diária, responsáveis pela prescrição do treinamento, assim como os gestores, no sentido de implementar um bom sistema de “diagnóstico dos alunos/clientes” para tornar o programa de treinamento mais eficaz…
Precisamos aprender com outros profissionais da área da saúde que adotam esta atitude profissional!
