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Mobilidade da articulação do tornozelo

Colunista: Mauro Guiselini

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Entre as capacidades biomotoras identificadas como prioritárias para diversos objetivos (saúde & bem-estar, estética, performance e terapêuticos), o treinamento de força, por meio dos exercícios de agachamento, ocupa lugar de destaque nos programas personalizados, individualizados e para grupos (GUISELINI, 2015). O desenvolvimento da musculatura de membros inferiores, particularmente o reto femoral, vasto lateral, vasto medial, vasto intermédio e glúteo máximo, de forma eficaz, são obtidos pela prática do agachamento e suas diferentes variações (GRAHAN, 2001; MARCHETTI, 2013).

O exercício agachamento é muito popular, faz parte do treinamento de idosos, esportistas de alta performance de diversas modalidades, praticantes de exercícios com finalidades recreacionais, estética e por aqueles que praticam o Powerlifiting (GROVES, 2002; COUTINHO, 2011). O agachamento, nos programas de treinamento, é praticado de diferentes formas e intensidades, no entanto, a habilidade motora “agachar é realizada de acordo com um padrão básico de movimento. O sistema nervoso central (SNC) recebe a informação do padrão de movimento a ser elaborado e elabora uma coordenação entre os músculos necessários para tal tarefa, criando o programa motor. Isto significa que o exercício agachamento é realizado para “melhorar a forma de agachar”, com mais controle e precisão e, ao mesmo tempo, fortalecer os músculos da cadeia cinética envolvida para a sua realização. A força de resistência muscular, mobilidade, estabilidade, coordenação motora e consciência corporal são as principais capacidades desenvolvidas durante o treinamento (GUISELINI, 2016).

Para Marchetti (2013), nas academias de ginástica, o objetivo da prática do agachamento é variado, desde terapêutico, profilático, performance ou estético, todos visando, em diferentes níveis, a hipertrofia muscular. Diversos são os fatores biomecânicos LINK LA (ex: velocidade, amplitude, número de articulações envolvidas) que podem afetar a execução desse exercício e consequentemente na atividade na atividade muscular, interferindo na efetividade do programa de treinamento (MARCHETTI, 2010).

O exercício agachamento também é utilizado como teste para avaliar déficits de movimento relacionados com a mobilidade, estabilidade, coordenação motora e consciência corporal. (ACE, 2010; CLARK et al, 2011; BRENT et al, 2014; REIMAN et al, 2009; GUISELINI et al, 2015). Em um estudo realizado pelo Instituto Mauro Guiselini de Ensino e Pesquisa (2013), com alunos ingressantes em uma academia de ginástica, foram avaliados 986 sujeitos, sendo 384 do sexo masculino e 584 do sexo feminino, por meio da aplicação do teste Agachamento com Braços Elevados (over hand) segurando um bastão, do Sistema de Avaliação MultiFuncional.

Figura 1. Teste de Agachamento “overhand com bastão”.

A análise do movimento agachamento foi feita por meio da observação, considerando 10 itens, utilizando, para tanto, uma ficha check-list para registro dos resultados e filmagem dos sujeitos para análise cinemática, no plano frontal e sagital. Entre os dez itens utilizados para avaliação qualitativa do agachamento, foi considerado déficit de movimento a elevação do calcanhar durante a descida do agachamento (fase excêntrica) quando o indivíduo flexiona as articulações até atingir a amplitude desejada e possível. Os resultados observados, por meio da análise da filmagem, foram lançados na ficha check-list no item “elevação do calcanhar”, apresentando os resultados conforme apresentados na figura 1.

Figura 2. Déficits de movimento no exercício agachamento “over hand”.

No total de 384 sujeitos do sexo masculino, 107 apresentaram a elevação do calcanhar, correspondendo a 28% dos avaliados e do total de 584 sujeitos do sexo feminino, 155 apresentaram a elevação do calcanhar, correspondendo a 27%.

Aplicação prática

A elevação do calcanhar, durante a fase excêntrica do agachamento, tem relação com a limitação do movimento de dorsiflexão do tornozelo; a incapacidade de manter os calcanhares em contato com o solo, pode ser devido ao encurtamento na cadeia posterior (por exemplo, encurtamento do gastrocnemio e sóleo). Segundo Clarck et al., (2011) “o déficit de movimento elevação calcanhar, durante o agachamento, ocorre tendo em vista provavelmente o músculo sóleo estar hiperativo e o músculo tibial anterior pouco ativo.” Exercícios de alongamento e mobilidade dinâmica, na cadeia posterior, podem melhorar a capacidade de manter os calcanhares em contato com o solo, se o déficit é devido à rigidez muscular ou imobilidade. (KUSNER et al, 2015).

Exercícios Práticos

Apresentamos, a seguir, dois exercícios de alongamento ativo estático, priorizando o músculo sóleo.

alongamento-do-musculo-soleo-apoiado

Em pé, afastamento anteroposterior, pé esquerdo apoiado sobre a anilha, flexionar o joelho esquerdo, realizando a dorsiflexão. Manter de 15 a 30 segundos e trocar o pé. Realizar 6 a 8 repetições.

alongamento-do-musculo-soleo-nao

Em pé, afastamento lateral, flexionar os joelhos aproximando da parede, mantendo os calcanhares no solo. Manter a posição de 15 a 30 segundos. De um intervalo de 15 segundos entre uma repetição e outra repita. Realizar de 6 a 8 vezes.

Referências

  1. ACE Personal Trainer Manual: The Ultimate Resources for Fitness Professional. 4a. ed. American Council Exercise. San Diego, CA. 2010
  2. Clark MA, Lucett, SC. NASM’s Essentials of Corretive Exercíse Training. Baltimore, MD. Lippincot Williams & Wilkis, 2011;
  3. Cook G, Burton L, Fields K, Kiesel K. The Functional Movement Screen. Self Movement Screen . Self publisher training manual. Danville ,VA, 1998,
  4. Guiselini, M e Guiselini, R. Treinamento MultiFuncional: fundamentos teóricos e exercícios práticos. São Paulo. Instituto Mauro Guiselini, 2016.
  5. Marchetti P, Calheiros R, Charro M. Biomecânica aplicada: uma abordagem para o treinamento de força. São Paulo, SP. Editora PHorte, 2007;
  6. Reiman MP, Manske RC. Funcional testing in human performance:139 tests for sports, fitness, and occupacional settings. 1a. ed. USA: Human Knetics; 2009).
  7. Schoenfeld BJ. Squatting kinematics and kinectics and their application to exercise performance. J Strenght Cond Res. 2010 Dec;24(12):3497-506.doi.101519).
  8. Avaliação Multifuncional

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