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Condicionamento físico para idosos, a principal tendência do fitness para 2024

Colunista: Mauro Guiselini

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Os profissionais da indústria do Fitness aguardam com “certa ansiedade a divulgação das tendências do fitness para o ano vingente”; esse conteúdo é publicado exaustivamente na mídia como meio de promover páginas pessoais (conseguir likes…) bem como contribuir para que os profissionais estejam atualizados nas tendências nacionais e internacionais.

Muito embora essas informações sejam significantes para uma análise mais profunda sobre a atuação dos profissionais – professores, gestores, administradores, especialistas em marketing – é importante fazer uma análise mais pontual sobre a sua real aplicabilidade e necessidade de mudanças para atendê-las.

De acordo com o American College of Sports Medicine (ACSM), 2024, a tecnologia vestível é a tendência mundial número 1; sem dúvida é de uma importância muito grande a sua aplicação, porém, para o mercado brasileiro que não é tão abastado como os demais países de Primeiro Mundo do Fitness, a sua utilização fica restrita a um grupo bastante específico, que dispõe de condições financeiras para um investimento tão grande. Importante ressaltar que o preço médio das academias é bastante baixo.

Uma tendência plausível

Ainda de acordo com o ACSM, “Exercício para 3ª Idade” aparece em terceiro lugar e para o Brasil, “Condicionamento Físico para Idosos” está em primeiro lugar; é uma notícia fantástica, no entanto, se fazem necessárias algumas considerações e uma delas é “o mercado está preparado para atender essa população que mais cresce no Brasil?”

Os espaços para o treinamento

Uma análise sobre o mercado deve ser feita considerando os espaços físicos disponíveis e respectivos equipamentos: as academias dispõem de salas de musculação e de ginástica que atendem as necessidades dos idosos; centros esportivos de prefeituras dispõe de salas adaptadas, quadras esportivas porém, a grande maioria, não dispõe de salas de musculação priorizando, portanto, as aulas coletivas. A piscina surge como uma excelente alternativa para o treinamento dos idosos, no entanto, não existe ainda um número suficiente para atendê-los.

Muito embora muitos estudos enfatizem a importância do treinamento de força para os idosos, por meio dos exercícios resistidos – a musculação – é muito reduzido o número de locais para que a grande parcela deles tenha acesso. Isto significa que o treinamento da força/potência pode ser feito com o peso do corpo e acessórios (banda elástica, bastão, medicinebol, Step, halteres, entre outros).

O profissional de Educação Física para o mercado

Uma questão a ser analisada, com mais profundidade, diz respeito à capacidade do profissional de Educação Física de atender as necessidade e objetivos dessa população. Quais são as competências necessárias para conseguir motivá-los a iniciar um programa de treinamento, mantê-los por um longo período e conseguir os resultados desejados?

A sigla que discutimos em artigos anteriores – CHAMA – lembram? Conhecimentos, Habilidades, Atitudes, Motivação e Amor são fundamentais para o treinamento dos idosos.

Faz-se necessário, para tanto, um conhecimento mais detalhado sobre o processo de envelhecimento – a diferença entre senescência e senilidade – as alterações fisiológicas, os efeitos do sedentarismo, o nível de desenvolvimento das capacidades biomotoras funcionais, as doenças existentes e o planejamento do treinamento e, em especial, a organização da sessão de treinamento. Sem contar, é claro com o conhecimento dos aspectos psicossociais.

Somos de opinião de que o profissional de Educação Física tem como missão precípua “cuidar do seu aluno/cliente com acolhimento e competência”. Muito antes de ser um treinador, coaching, personal trainer, esta é a condição básica para treinar os idosos e, a partir dessa consciência,  entender que o treinamento vai muito além de ter músculos fortes e definidos, baixa porcentagem de gordura corporal, capacidade anaeróbia para realizar exercícios calistênicos de alta intensidade – tudo isto é muito importante para um grupo de pessoas bem treinadas, com objetivos estéticos ou mesmo de alta performance. Idosos bem treinados, que se exercitam há muitos anos, atletas master podem, sem dúvida, ser submetidos a treinamentos com as características citadas.

Fica a pergunta que não quer calar: os profissionais de Educação Física estão efetivamente preparados para atender essa população?

Uma sugestão para estruturar o programa de treinamento para idosos

Desde 1972 tenho “cuidado de idosos”, além de alunos clientes com diferentes idades e, após esse tempo de muito estudo, pesquisas e muita prática, recomendo que o programa seja estruturado tendo como foco primário 3 Pilares: Autonomia, Independência e Alegria, além de todos os aspectos pedagógicos que o compõe.

O processo de envelhecimento, associado ao sedentarismo, comorbidades (doenças crônico-degenerativas, neurológicas) e transtornos psicossociais deixam marcas que   podem ser revertidas por meio de vários procedimentos terapêuticos associados ao exercício físico regular, orientado por profissionais competentes.

Devolver a autonomia e a independência tem estreita relação com o desenvolvimento das capacidades biomotoras (fig.1) que tem relação com a funcionalidade – a capacidade de se adaptar às demandas das atividades diárias do idoso. Funcionalidade é a palavra-chave: o idoso é uma joia que precisa ser lapidada, por meio do desenvolvimento harmonioso das capacidades biomotoras.

Figura. 1 Capacidades biomotoras que devem ser desenvolvidas (GUISELINI, 2024)

O programa deve ser ALEGRE

Um dos aspectos de fundamental importância para o sucesso do programa de treinamento para idosos é a ALEGRIA!

É muito comum encontrarmos, entre os idosos, quadros de tristeza, ansiedade, depressão, angústia, decorrentes de inúmeros fatores; os exercícios simples, a música, a atitude motivadora e alegre do profissional de Educação Física são necessários para o sucesso. A energia da alegria é contagiante, necessária para mobilizar a vontade de continuar vivendo… apesar de tudo.

Do latim “alacritas” ou “alacer”, que possui o significado de animado ou vivaz, alegria é o estado de satisfação interior, um sentimento que gera contentamento em alguém. Ela é o oposto da tristeza.

Reproduzo, a seguir o conceito de Alegria, de acordo com o buscador Bing:

Alegria é um sentimento de satisfação interior que gera contentamento em alguém. Ela pode descrever a ação de se divertir ou de entreter outro indivíduo, ou um acontecimento feliz. A alegria também pode ter benefícios para a saúde e a criatividade. Na psicologia, a alegria é um estado fundamental para os seres, sendo algo que traz força nos momentos em que é necessário adotar mudanças na vida. Ela é descrita também como um afeto com um caráter forte de liberação de entusiasmo e que ainda promove a autoconfiança.

A alegria pode ser vista como o oposto da tristeza e é um sentimento a que todos os seres estão suscetíveis ao longo de suas vidas. Mesmo que “estar alegre” e “estar feliz” pareçam sinônimos, há quem discorde dessa relação. Diz-se que “estar alegre” é diferente de “estar feliz”, sendo que a felicidade é um estado de espírito e a alegria é algo de momento.

Considerações nunca finais

É preciso estar atento e forte, não temos tempo de temer a morte, precisamos nos preparar para atender os Idosos longevos.

Opa! Acho que fiz plágio de alguma música que gosto muito, veio na minha mente que, apesar dos meus “quase 73 anos” continuo Alegre e Motivado para continuar cuidando de pessoas!

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