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Aplicação prática do agachamento afundo

Colunista: Mauro Guiselini

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O Agachamento Afundo é um dos exercícios multifuncionais mais praticados nos programas de aptidão física para a promoção da saúde & bem-estar, estética e performance. Global, multiarticular, mono ou multiplanar, realizado com o peso do corpo, acessórios ou máquinas auxilia a realização das atividades cotidianas, esportes, dança, lutas, artes marciais e atividades físicas recreacionais (GUISELINI, 2016). Para a sua realização é necessário a integração de várias capacidades biomotoras, requer um apurado controle neuromotor incluindo a ativação do CORE para manter a estabilidade do tronco durante as fases concêntrica e excêntrica.

O agachamento afundo é um agachamento realizado utilizando em posição de afastamento anteroposterior e embora seja muitas vezes referido como um exercício unilateral, ele realmente envolve ambas as pernas.

Imagem 1. Agachamento afundo posição inicial e execuçãoo

Para alunos sedentários, inexperientes, o agachamento afundo é uma excelente alternativa, o adequado posicionamento das pernas – em afastamento anteroposterior e médio lateral – favorece a diminuição do estresse na coluna lombar e o peso do corpo é uma sobrecarga ideal para iniciar o programa de treinamento. A intensidade pode ser graduada pela amplitude de movimento e tempo sob tensão, séries e repetições, sendo, portanto, aplicada de acordo com a capacidade funcional do aluno. A complexidade pode ser modificada, começando com a execução mais simples, com as mãos na cintura, por exemplo, e progredindo incluindo movimentos dos membros superiores, nos planos sagital e transverso. A inclusão de acessórios e movimentos multiplanares favorecem a modificação da intensidade e complexidade (GUISELINI, 2016).

No entanto é importante salientar que a estabilidade é mais difícil, quando comparada com o agachamento tradicional (afastamento lateral), uma vez que o afastamento antero posterior dos pés requer maior ajuste cinestésico e, como consequência, provoca maior instabilidade. Diante disto, se faz necessário o adequado ajuste postural para que a instabilidade não interfira na produção da força desejada.

Schoenfeld (2010) cita que o afundo pode ser realizado com o pé de trás apoiado no chão, ou com o pé de trás elevado e apoiado sobre um banco ou caixa. O afundo inclui variações conhecidas como agachamento búlgaro, onde é realizado com o pé de trás afastado e elevado e o agachamento unilateral modificado (joelho elevado). O afundo é frequentemente usado pelos preparadores físicos como um substituto para o agachamento convencional. De acordo com McCurdy (2010), esse exercício é realizado com as pernas em afastamento anteroposterior e o centro de gravidade do corpo alinhado ao plano sagital. Ele pode ser realizado com uma barra na posição do agachamento com a barra apoiada na parte superior do trapézio (back squat) ou, conforme Jacobsen (2013), podem ser realizados segurando os halteres, com os braços estendidos, ao lado do corpo ou ainda com a banda elástica enrolada embaixo do pé da frente e apoiada sobre a região do ombro (MCCURDY et al 2010; JACOBSEN et al., 2013), (SECOMB et al. 2014).

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Imagem 2. Exemplo de agachamento afundo livre e com bastão

Exemplos de Exercícios Práticos

Agachamento Afundo com o peso do corpo

  1. Com apoio das mãos na cintura
  2. Com apoio das mãos na nuca
  3. Com flexão dos ombros – 900 e > 900
  4. Com flexão dos ombros e rotação do tronco (mãos unidas)
  5. Com apoio de um dos pés na fase concêntrica (equilíbrio)
  6. Em duplas – ante rotação (companheiro faz a tensão)
  7. Em duplas – com apoio de um dos pés (equílibrio)
  8. *Com salto (jump split squat) – individual e em duplas
  9. *Com salto (jump split squat) – giro de 90, trocar a perna.

Foco: controle neuromotor**

Capacidades Biomotoras

  1. Força – Estabilidade
  2. Mobilidade
  3. Coordenação Motora Global
  4. Consciência Corporal
  5. Força de Resistência
  6. *Potência

** O Agachamento Afundo requer um adequado Controle Neuromotor, integrando, durante a sua realização, várias capacidades biomotoras.

Referências bibliográficas

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