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Erros gravíssimos cometidos por gestores na musculação – Parte 3

Colunista: Fábio Cantizano

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4. Não saber vender a musculação no ambiente digital

O marketing digital no mercado fitness avançou muito nos últimos anos. Até aí, nenhuma novidade. O problema é a forma como ele se desenvolveu. A maior parte da criação de conteúdos em nosso mercado é feita por revistas e influenciadores digitais. Pouquíssimos negócios fitness produzem conteúdos de alto valor agregado para o consumidor.

Venho acompanhando de perto as ações de marketing digital de academias há algum tempo, percebendo uma avalanche de promoções sazonais dos produtos, mas não de conteúdos que possam realmente acrescentar algo de positivo na vida do consumidor, auxiliando-o nas escolhas de atividades e, inclusive, da academia onde ele praticará exercícios.

É muita empresa falando “Treine aqui, pois nosso preço é melhor” e poucas mostrando “Como melhorar sua vida através do exercício físico”.

 

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O relacionamento do cliente com seu ativo de maior valor, a marca, começa atualmente na internet através do ZMOT, sigla esta que significa “Momento Zero da Verdade”. É nesta hora que o potencial cliente verifica se sua academia merece uma visita dele ou não, quando ele avalia sua academia pelo Google Meu Negócio, pelo site da empresa e redes sociais.

As avaliações (estrelinhas) e opiniões dos clientes na internet dizem mais sobre sua empresa do que qualquer promoção ou ação de marketing digital. Sendo assim, a relação existente entre aquilo que se promete na internet e aquilo que é realmente entregue precisa ser realmente íntima.

Onde entra a venda da musculação em ambiente digital nesta história toda?

A musculação é o carro-chefe da maioria das academias tradicionais, principalmente as de pequeno e médio porte. Além do alto custo operacional, a modalidade ainda sofre preconceito por parte da população. Infelizmente, alguns profissionais de outras áreas da saúde preferem outras modalidades que desenvolvem a força muscular, como o Pilates, por exemplo.

É normal o potencial cliente, ou até mesmo o cliente que já está na academia, mudar sua prática quando seu médico ou fisioterapeuta recomenda uma atividade diferente da musculação. Eles têm grande poder de influência.

Por mais que as evidências científicas apontem a superioridade da musculação quando falamos do desenvolvimento completo das diversas formas de manifestação da força muscular, nossa luta para manter a sala cheia é árdua o ano inteiro.

Como vender a musculação no ambiente digital? Através do marketing de conteúdo!

Este é um tema muito pouco abordado em cursos de gestão de negócios fitness. Por mais que a oferta de cursos de marketing digital seja alta, poucos cursos realmente ensinam a usar o marketing de conteúdo para agregar valor à marca. Falam da importância, dão algumas dicas, mas nada aprofundado. Não só de tráfego pago vive o marketing digital!

O conteúdo de valor tem como objetivo educar o cliente com relação ao consumo, facilitando o processo de decisão na hora da compra. Confira abaixo 3 dicas para vender melhor a musculação através do marketing de conteúdo.

Crie conteúdos teoricamente polêmicos, mas úteis

Pouco se fala sobre treinamento de força para crianças, adolescentes, idosos e portadores de doenças fora das universidades e dos periódicos científicos. Nem toda academia aceita bem a responsabilidade de virar uma autoridade para grupos especiais. Entretanto, quando uma marca oferece segurança para este grupo, torna mais fácil o processo de decisão de matrícula até mesmo de quem não requer tanta atenção.

O atendimento dentro da sala de musculação é muito semelhante em boa parte das academias, diferenciando-se muitas vezes, apenas pelas dimensões da sala, marca dos equipamentos e número de profissionais. É quase uma comoditização da musculação.

Se sua academia atende o cliente em sala da mesma forma que o concorrente, pode ganhar uma boa vantagem com um marketing de conteúdo bem feito. Aconselho a criar conteúdo de valor e a construir processos que traduzam na prática o que é disseminado através do marketing de conteúdo. Uma coisa não anda bem sem a outra e é por isso que algumas academias gastam rios de dinheiro com marketing digital, mas sem resultados satisfatórios.

Fale na internet com aqueles que não são ouvidos e certamente se diferenciará da maioria.

Entenda as particularidades dos canais

O mesmo conteúdo publicado no blog da academia pode ser ajustado para outros canais como feed, stories e IGTV do Instagram, Facebook e YouTube. Cada uma dessas plataformas tem uma linguagem específica, uma característica que atrai uma audiência que prefere determinado tipo de formato de conteúdo. Uma coisa é a pessoa não se interessar pelo seu conteúdo, outra é ela deixar de consumir por não gostar do formato que está sendo apresentado.

Criar conteúdo não é fácil e exige planejamento de curto, médio e longo prazo para criar na mente do consumidor a necessidade de acessar os canais da empresa periodicamente.

Uns preferem vídeos, outros textos, alguns preferem imagens. Existem diversas formas de enviar a mesma mensagem para seu público.

Ofereça o “o que” e não o “como fazer”

Conteúdo gratuito tem a função de conscientizar a população com relação a um tema específico, em nosso caso, a musculação.

  • Por que treinar musculação?
  • Que benefícios ela traria para minha avó de 89 anos?
  • De que forma meu filho de 14 anos, atleta de vôlei, pode se beneficiar da musculação?

Muitas atividades são oferecidas pelo mercado e é sua função mostrar o quanto é importante praticar musculação.

A modalidade é uma das poucas que beneficia todos que praticam qualquer outra atividade, tanto que serve como base de preparação física para todos os esportes de alto rendimento.

Um dos erros mais comuns cometidos por quem cria conteúdo no mercado fitness é justamente oferecer gratuitamente aquilo que vende.

Conteúdos como “Como agachar da forma correta”, “Erros comuns durante a remada com halteres”, “Como executar o Leg Press com segurança” dão margem para quem está lendo ou assistindo tentar fazer sozinho, sem consultar um profissional em tempo real.

O exemplo acima retrata justamente o “como fazer”, que é aquilo que sua academia vende. Quando me refiro ao “o que”, ressalto a importância de dar atenção a determinada questão. Veja 3 exemplos tomando como base o anterior: “3 motivos para praticar agachamento com barra livre”, “4 variações de remadas para quem deseja hipertrofiar os músculos das costas” e “Por que inserir o quanto antes o Leg Press em sua rotina”.

Em nenhum dos exemplos acima você vai ensinar como fazer, mas conscientizar o público sobre detalhes que merecem atenção.

Está preparado para começar a agir? Com essas 3 dicas você conseguirá identificar alguns erros cometidos no marketing da musculação em sua academia nos canais digitais.

A partir da próxima edição, abordarei 6 erros muito comuns cometidos no marketing de conteúdo em nosso mercado.

Até a próxima!

 

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