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Por que muitas academias acreditam fazer parte da área da saúde, mas não são?

Colunista: Fábio Cantizano

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ATENÇÃO!

Este artigo reflete totalmente a percepção do autor (eu, Fábio Cantizano) e contém linguagem provocativa. Tente ler sem permitir que suas emoções sejam comprometidas, ok?

3…2…1…vai!

A pandemia da Covid-19 foi um verdadeiro divisor de águas no mercado fitness. Ficou claro que praticantes de exercícios físicos regulares são menos propensos a internações e a quadros graves da doença. Inclusive, boa parte das matrículas realizadas após a reabertura foram de pessoas que nunca tinham frequentado academias.

A Covid-19 mostrou mais para a população sobre a importância de manter boa saúde do que décadas de evolução em quadros de hipertensão, diabetes e outras doenças não transmissíveis.

A questão é:

“Quem precisa de saúde em nosso país tem acesso a serviços de saúde como os oferecidos pelo mercado fitness?”

Não falo aqui de acesso por conta das condições financeiras do indivíduo, ok? Falo de como o serviço é prestado e para quem é prestado.

Uma coisa é atender quem quer manter uma boa saúde e não apresenta comorbidades, outra é atender com maestria quem realmente precisa de saúde e está com ela debilitada.

Estamos realmente preparados para fazer parte da saúde?

Qualquer pessoa que goze de boa saúde e não tenha algum tipo de deficiência consegue se matricular em uma academia para se exercitar, independente do modelo de negócio adotado pela empresa.

O ambiente não oferece riscos consideráveis, caso seja gerenciado com base em processos bem estruturados. No entanto, como se trata de um negócio que atende todos os públicos, nem sempre conseguimos atender com a mesma qualidade todos que precisam “conquistar” uma boa saúde e qualidade de vida.

Uma sala de musculação, por exemplo, atende pessoas de diversas faixas etárias, com personalidades e objetivos distintos, correto?

Para refletir:

  • Será que a academia teria espaço para um PCD com cadeira de rodas treinar a força muscular, valência física crucial para ele?
  • Um PCD cadeirante consegue ir ao banheiro na academia (cabine adaptada) sem ter que se esforçar e se adaptar ao “normal”?
  • Um cliente de 55 anos que acabou de fazer uma cirurgia bariátrica, sendo hipertenso e diabético, conseguiria ser bem atendido em qualquer horário em uma academia?
  • Se em uma sala de musculação tivesse 50 clientes treinando, sendo 25% deles apresentando comorbidades, estariam bem assistidos?
  • Um portador do TEA (Autista) conseguiria atendimento em uma academia?

Um ambiente voltado para a saúde precisa de normas e regras específicas para atender todos com segurança. A gravidade da situação é maior ainda quando os profissionais não têm processos bem definidos pela direção técnica para atender clientes com qualidade e segurança.

Sobre as reflexões propostas acima, tenho certeza de que em uma sala com 50 gestores eu teria respostas diversas, como:

  • Na minha academia o paciente bariátrico seria bem atendido, mas não temos banheiro adaptado para cadeirantes.
  • Na minha academia o cadeirante poderia treinar sem problemas, pois a sala de musculação é no primeiro andar e há corredores espaçosos, mas nem todos os horários temos professores capacitados para trabalhar com hipertensos e diabéticos.
  • Na minha academia, o cadeirante consegue praticar natação e hidroginástica. Temos banheiro adaptado, mas não temos elevador ou rampa de acesso ao andar da musculação.

Sobre o autista mencionado nas reflexões, entendo que seria difícil designar um profissional para atendimento e acompanhamento, justamente por conta de poucos se interessarem pelo tema ainda. No entanto, a academia tem um plano sobre como orientar familiares sobre a segurança da prática assistida, mostrando o caminho para que o portador do TEA consiga ser bem atendido?

Seguindo...

Poderíamos ter acima dezenas de respostas diferentes, mas o que gestores fitness precisam urgentemente compreender é que:

“O conceito de saúde para quem presta serviços no mercado fitness pode ser diferente do conceito de saúde adotado pelo cliente que precisa do serviço.”

Não adianta ser o segundo maior mercado do mundo se as percepções da gestão, dos profissionais e do consumidor não forem semelhantes. Podemos ser o segundo maior mercado, mas não somos o segundo em número de clientes e nem de faturamento. Não acha esquisito?

Sobre negócios da saúde

Hoje as academias e demais negócios fitness são classificados como área da saúde pelo Ministério da Saúde. O fato das academias não terem normas específicas como nos hospitais ainda nos deixa sem rumo, ou seja, cada um prestando serviço da forma que acredita ser a melhor, sem padrões de segurança e procedimentos básicos de operação. Um exemplo claro é uma determinada academia obrigar a utilização de presilhas no supino e outras recomendarem a não utilização da mesma.

Em qualquer hospital que você entrar, observará corredores com largura mínima para locomoção de macas e cadeiras de roda, banheiros adaptados para PCDs diversos, mapa com rota de fuga contra incêndios, entre outras normas específicas de um ambiente da saúde emergencial.

Não podemos comparar academias com consultórios, ok? Pois o fluxo de pessoas por horário é menor. Temos que nos atentar ao fluxo x segurança.

Quero sua ajuda, gestor!

Você pode até achar que minhas comparações são sem sentido, mas acredite, elas têm tudo a ver, mas só darei continuidade se você também desejar, tudo bem?

No próximo artigo quero dar continuidade ao tema, mas desejo saber como você percebe o cenário.

  • Você acha que minhas reflexões fazem sentido sobre academias e saúde (pra quem precisa)?
  • O que acredita que precisaria melhorar, ou não, para termos real reconhecimento por parte dos consumidores e governo (tributação e demais benefícios)?
  • Se discorda de tudo, exponha suas percepções.

Com base nas respostas que receberei darei continuidade ao material, podendo, inclusive, mudar o “rumo da prosa”.

Me envie suas respostas através deste formulário sem precisar se identificar!

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