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Academias são essenciais, mas…

Colunista: Ruy Lemos

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A pandemia trouxe muitas mudanças para o mundo em todos os sentidos, pessoas refletindo sobre a vida, empresas precisando se reinventar, a aceleração da digitalização, enfim são tantos os aspectos e pontos que não caberiam em um só artigo.

O que vou abordar nesse artigo é um ponto que outro dia causou polêmica em um dos grupos de gestores de academias do qual faço parte, falava-se sobre a resolução que o presidente Jair Bolsonaro fez através do Decreto 10.344, publicado no diário oficial em edição extra, no dia 11 de maio de 2020.

Esse decreto inclui algumas atividades comerciais como essenciais para a sociedade, dentre elas está a atividade de academias, o que foi um importante passo pois esse decreto pode dar respaldo jurídico para a reabertura das academias em meio à pandemia, eu disse “pode”, porque a decisão final sobre a abertura e os protocolos adotados para tal, segundo veredito do STF (Supremo Tribunal Federal), fica a encargo dos estados e municípios, cada um decidindo, portanto, quando as academias poderão abrir, e como poderão funcionar, quais o protocolos sanitários necessários, número de pessoas ocupando o espaço etc. Tanto isso é verdade que temos diferenças grandes nas normas de funcionamento de estado para estado e de município para município.

Mas voltando ao debate do grupo de WhatsApp no qual quero me concentrar aqui, o tema central era: quais as diferenças entre ser essencial no papel e juridicamente e ser essencial aos olhos da sociedade e principalmente do consumidor.

Eu tenho a plena consciência da importância que tem o decreto, em momento algum quero que me entendam de forma diferente, sei que ter um respaldo legal é fundamental, pois possibilita as academias que certas ações estejam dentro da lei, como por exemplo poder abrir durante uma pandemia por ser essencial à saúde e à economia, como cita o Presidente Jair Bolsonaro em sua fala: “Saúde é vida. Academias, salões de beleza e cabeleireiro, higiene é vida. Essas três categorias juntas é mais de 1 milhão de empregos”.

Também não quero entrar no mérito de ser certo ou errado, abrir ou não abrir, esse debate é longo e não é o objetivo dessa reflexão.

Meu objetivo aqui é trazer a seguinte reflexão: o fato de sermos essenciais para a sociedade, conforme consta no decreto presidencial não nos torna essenciais na prática. Isso mesmo: o que está escrito no papel precisa ser cultivado como um hábito, uma cultura, precisa ser entendido pela sociedade, ser propagado de forma massiva, enfim, precisa de uma série de ações para que o entendimento da grande massa passe a ser esse, o de que cuidar da saúde principalmente como prevenção é essencial para uma melhor qualidade de vida e uma vida longa, com menor incidência de doenças. 

O cliente acha que academia é essencial?

Mas, infelizmente, aos olhos da grande maioria das pessoas, não somos essenciais, temos vários indícios disso dentro do mercado de academias e eu vou citar apenas um deles:

Vamos imaginar um cenário de uma academia que cobra um valor de investimento de R$ 100,00 por mês, comparando com outros gastos que uma pessoa tem, como por exemplo, comer uma pizza ou assinar uma TV a cabo, na maioria das vezes o investimento na academia é menor que esses que citei, e sabe o que ouvimos de muitos prospects no balcão? “Nossa, está caro, hein!”

Também não quero entrar aqui no mérito de como as academias no modelo low cost, low price distorceram essa percepção de preço das pessoas, o debate é longo, mas o fato é: como pode ser caro investir R$ 100,00 para cuidar do bem mais precioso que se tem, seu corpo, sua saúde, o lugar onde você habita e não pode sair, não tem como bater à porta, ir embora e dizer tchau!

Esse é apenas um dos fatos que nos informa que não somos essenciais aos olhos do consumidor, ele classifica, muitas vezes, o investimento na academia como algo supérfluo, que deveria ser bem barato e não consegue olhar que investe tanto quanto ou mais em outras coisas que não entregam a mesma magnitude de resultados.

No meu método de vendas uso isso como argumento mas de uma forma diferente, jamais desqualificando o investimento que o cliente faz em outras coisas, pois para ele, tal conveniência é importante, eu apenas quero mostrar a ele que uma academia não é “caro”, principalmente por tudo que proporciona de resultados.

Como fazer para as pessoas perceberem as academias como essenciais

Imagine que estamos propondo para as pessoas a prevenção e o controle de inúmeras doenças, fora as melhoras psicológicas e de autoestima promovidas pelo exercício físico regular, temos inclusive um respaldo gigantesco nessa pandemia, pois tratamos do controle de peso nas pessoas e foi comprovado por estudos que um dos fatores de risco para o novo Coronavírus é o sobrepeso.

“Beleza, Ruy, mas como podemos fazer para que as pessoas de um modo geral nos enxerguem como essenciais?”

Acredito em uma série de ações, primeiramente em uma gestão que treine todo time da academia para entender o tamanho dos benefícios que trazemos para a vida das pessoas, tendo isso como propósito da empresa, e assim começar a propagar isso para todos os clientes da academia.

Faça um teste: entre na sala de musculação e pergunte para um cliente se ele sabe o que é super compensação, a imensa maioria não vai saber, mas deveria, pois seus professores deveriam ensinar isso para os clientes, de maneira simples, sem muito termo técnico; saber disso vai dar ao cliente outra visão sobre frequência na academia e quanto mais ele frequentar, maiores serão seus resultados, simples assim! Temos tanto conteúdo para trazer nessa parte educacional que podemos ficar até o próximo século falando.

Feito isso na parte interna é hora de comunicar externamente junto ao seu marketing, de forma massiva em todos os canais, ter um blog para falar sobre benefícios do exercício físico e propagar isso de forma digital por exemplo, todas as suas campanhas precisam estar alinhadas com esse propósito, de mostrar que mudamos vidas e promovemos saúde, é respirar isso 24 horas por dia dentro da empresa!

Claro as ações foram colocadas de forma simplista, tudo isso requer um planejamento que vai impactar no modelo de negócio e em muitas ações para cada setor da academia, mas imagine muitas academias propagando isso para muitas pessoas, clientes e não clientes, se isso for forte e grande, em algum tempo podemos ter uma mudança na cabeça da grande massa e quem sabe começaremos a ser essenciais no entendimento das pessoas e não mais precisemos explicar os valores das nossas mensalidades!

Eu, como profissional de Educação Física nunca tive dúvidas da nossa essencialidade, sei do impacto que causamos na vida das pessoas, que entregamos, literalmente mais anos de vida para os clientes, agora é hora de pegar carona no que a pandemia nos trouxe e gritar isso para o mundo e sabe de quem é essa responsabilidade? De cada um de nós, gestores de academia, professores, consultores de vendas…

Bora gritar “SOMOS ESSNECIAIS!”

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