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Empregos & mercado fitness

Colunista: Cris Santos

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Para ser qualquer coisa, não basta estudar, tem que praticar, validar, errar para acertar. E isso não se faz de um dia para outro!

Você não precisa dizer que seu propósito é o propósito da empresa, mas a sua missão pessoal precisa ter ressonância com a missão das empresas.

Enquanto não valorizarmos as pessoas em sua íntegra, iremos ficar cada vez mais reféns do que está escrito em um currículo e muito longe do candidato ideal

O que um profissional de sucesso precisa ter para justificar sua contratação?

Enquanto as empresas do setor buscarem apenas pessoal altamente qualificado, sem levar em conta questões como paixão e empreendedorismo, vão perder oportunidades de serem mais assertivos na hora de ter pessoas que contribuirão com o sucesso da empresa. Querer pessoas de qualidade e com alta qualificação é ótimo, mas qualificação sem experiência e engajamento não é efetivo.

Da mesma forma, esse comportamento dos gestores incentiva profissionais a investirem em cursos cada vez mais rasos, gerando a falsa sensação de qualidade, sem levar em conta a experiência na prática.

Conclusão: não é porque alguém fez um curso de um mês que é especialista em algo, pois currículo bom é ótimo, mas não é tudo!

É comum encontrarmos candidatos, que são talentosos, buscarem uma forma de iniciar ou avançar em suas carreiras, mas que acreditam que títulos os fará serem mais reconhecidos.

Pela percepção de Dan Ariely (quem nunca leu, leia!) o fenômeno do currículo ideal traz essa reflexão. Querendo se destacar, muitos profissionais exageram e erram na esperança de serem reconhecidos por um potencial empregador como sendo o candidato ideal. Nesse sentido, basta que ele passe 30 dias fazendo um curso qualquer de imersão, para considerar-se expert no assunto. E espera que isso seja relevante aos olhos de quem contrata.

Não que os cursos não sejam importantes, os cursos de imersão são válidos, mas apoiar-se nisso para “validar” uma trajetória que naturalmente demoraria anos para ser considerada como qualificada é, no mínimo, ingênuo. Para ser qualquer coisa, não basta estudar, tem que praticar, validar, errar para acertar. E isso não se faz de um dia para outro!

Empregado ou empregador: eis a questão

Esse desejo leva a um outro comportamento: uma profissão que precisa de anos para ser construída, acaba sendo rejeitada no mercado justamente por ter profissionais com baixa qualificação e sem experiência dizendo-se experts e atuando sem critérios. Falo das profissões que acabam sendo desvalorizadas por serem colocadas em prática por quem não tem experiência.

Quantos de nós não ouvimos o termo “coaching” e o rejeitamos por acreditar que “coach” pode ser qualquer um e de qualquer jeito. Para ser um coach não basta estudar, tem que aplicar e isso vale para todas as profissões no mundo. Qualquer profissional de sucesso possui escala profissional: começa de degrau em degrau e sempre almejando novos andares.

Nesse sentido, empregar e ser empregado virou um grande desafio e uma decisão delicada. O que dizem as maiores empresas do setor sobre os processos de contratação? Se você quer ser visto por elas, você precisa pensar em ser o candidato dos sonhos para ter o privilégio de ser escolhido por elas.

Você não precisa dizer que seu propósito é o propósito da empresa, mas a sua missão pessoal precisa ter ressonância com a missão das empresas. Pessoas que atuam no setor fitness precisam olhar para a saúde, a qualidade de vida, a longevidade e se importarem com isso, pois essa é a missão do setor. Vejo muitas empresas rejeitando talentos porque essas pessoas não estão no fitness pelo fitness, mas pelo emprego. O fitness não tem esse espaço, quem quer trabalhar aqui, precisa acreditar que a atividade física é o carro chefe para a manutenção da saúde. E ter esse hábito de alguma forma instalado em sua vida pessoal. Aí não importa o cargo que se ocupa, mas a missão acaba virando uma só.

O fitness busca profissionais que acreditam que a manutenção da saúde das pessoas é um valor para o negócio.

Como disse o vice-presidente de talentos do Noom, Mark Horton, além de entregar um trabalho de qualidade, “também queremos saber que os candidatos são inspirados por nossa missão de ajudar pessoas em todos os lugares a terem vidas mais saudáveis”.

O que acontece é que empregadores contratam pessoas que não possuem sinergia com hábitos saudáveis colocando em risco o grande propósito do setor como um todo. Essa quebra de proposta de valor, traduz o despreparo nos processos seletivos do setor. Ao invés de investirem em contratar pessoas que ecoam com a missão de saúde que o fitness prega, empresas preenchem suas vagas com pessoas que estejam disponíveis e não alinhadas.

Pena!

E o título de cada um, importa?

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Quando o assunto é ser empregado, as pessoas se preocupam com títulos e credenciais. É natural isso, mas deveria ser tão importante?

Depende! Empresas do setor exigem que os profissionais da área sejam formados, para o caso da área técnica e possuam certificações, mas não estabelecem a mesma conduta para as outras áreas da empresa. O pessoal das outras áreas não são expostos a essa demanda e aqui há um desgaste. Se por um lado o corpo técnico trabalha incentivando a boa prática de atividade física regular, por outro, a área comercial e administrativa passa por essa questão de maneira rasa sem dar a devida importância por não serem “da área”.

Quem perde com isso? O mercado na hora de fazer valer seu posicionamento estratégico!

No entanto, o mercado caminha para valorizar aspectos que são intangíveis nas organizações. Poucas empresas e a gestos tímidos começam a valorizar a paixão pelo trabalho e o alinhamento com questões comportamentais com empatia e resiliência.

Michele Bousquet, diretora de RH da Strava, acredita que “os títulos são apenas uma peça do quebra-cabeça”, enfatizando a importância de entender como um indivíduo irá ajudar no fortalecimento da marca através de sua dedicação à empresa.

Enquanto não valorizarmos as pessoas em sua íntegra, iremos ficar cada vez mais reféns do que está escrito em um currículo e muito longe do candidato ideal e cabe a cada um de nós, empregados e empregadores, refletir e agir sobre isso.

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