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Competências não essenciais

Colunista: Thiago Villaça

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Que existem competências essenciais para todo e qualquer cargo, tarefa e função você já sabe. O que você não sabe é que existem algumas competências que você acredita que são importantes, mas na verdade são descartáveis.

A primeira delas é a crença que o gestor carrega de “se deu certo até aqui, é porque estou no caminho certo”. Geralmente esta afirmação está atrelada a alguma justificativa para ele continuar a fazer o que sempre fez, pensar o que sempre pensou e agir da maneira como sempre agiu. Errado ele não está! No entanto, de uma perspectiva evolutiva, o que ele fez, pensou e como agiu serviu para levá-lo até onde ele está, mas será que continuará servindo para levá-lo mais longe?

DIFICILMENTE!

As competências, habilidades e atitudes que tornam o gestor importante são perecíveis. O que no passado era importante você desenvolver, hoje pode não servir para você evoluir e a pergunta que fica é: do que você precisa se desfazer para colocar outras competências no lugar?

Quando estava na faculdade, eu precisei desenvolver competências técnicas, mas não só elas. Eu precisei desenvolver o meu espírito competitivo, o meu comprometimento com a profissão, o comprometimento com a empresa que estava contribuindo para minha formação acadêmica e o marketing pessoal para mostrar, para os meus gestores e clientes, que eu merecia ser contratado como professor.

Quando me formei, me tornei professor responsável pelo horário que trabalhava. Eu era o gestor dos demais professores e estagiários. A autoridade máxima da sala de musculação. As competências técnicas continuavam sendo importantes? Claro! Mas não mais do que as competências comportamentais como liderança, gestão de equipes, análise do cenário, motivação e gestão de pessoas.

Alguns anos depois fui promovido a gestor e o consumidor final das minhas competências técnicas não eram mais os clientes, passou a ser os meus estagiários através do programa de estágio que eu implementei para treiná-los e desenvolvê-los da maneira que eu entendia que era importante. Liderança, gestão de equipes, análise do cenário, motivação e gestão de pessoas passaram a ser muito mais importantes do que as competências técnicas.

Atualmente, sou proprietário de um estúdio de personal training no Rio de Janeiro e, além das competências administrativas, estou em busca de competências estratégicas, digitais e estudando algo que nunca imaginei estudar: copywriting e gestão de tráfego. Ainda preciso da técnica? Óbvio, mas isso significa 3% das minhas atividades rotineiras e, apesar de ter usado a minha trajetória como exemplo prático, existem outras crenças, habilidades, competências e comportamentos que tive que abandonar para continuar a minha trajetória.

A primeira delas foi a de acreditar que a vida pessoal e a profissional deviam ser tratadas de forma distintas. A segunda, de acreditar que precisava manter distância das pessoas para que elas, supostamente, me respeitassem como gestor. A terceira, de querer controlar tudo que acontece dentro e fora do trabalho. A quarta, de achar que todo mundo deveria fazer as coisas como eu fazia. A competência mais recente que tive que abandonar foi a de querer, custe o que custar, desenvolver as pessoas.

Abandonar a forma como lido com essa competência – desenvolver pessoas – tem sido como arrancar uma parte da minha história, mas eu percebi que, se continuasse me dedicando (custe o que custar) da forma que me dedicava, quem iria quebrar seria eu. O mundo mudou, as exigências mudaram e as pessoas possuem outras aspirações. O que dava certo no passado, me frusta no presente! Para abandonar a forma como trato a minha melhor competência tive que aumentar o meu grau de exigência no processo seletivo e diminuir o de tolerância aos detalhes. Eu praticamente abdiquei de contratar “gente mais ou menos” por perceber que, em sua grande maioria, elas não querem ir muito longe.

Hoje em dia, gasto menos energia, tenho um resultado muito melhor e consigo fazer a minha empresa ter a cultura de recrutamento e seleção, treinamento e desenvolvimento que precisa ter para se tornar uma franquia próspera (e sem depender de mim) para os futuros investidores.

No fim das contas, pode ser que você, gestor, esteja preocupado com o que deve acrescentar, quando na verdade pode ser que o segredo esteja no que você precisa abdicar.

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