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Finanças para academias: receitas financeiras, entradas de caixa e faturamento

Colunista: Celso Cunha

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Neste artigo, dando continuidade à série sobre finanças para academias, o foco são as entradas financeiras no caixa da empresa, entendendo que o dinheiro não é apenas um número, mas sim, o principal indicador e deve ser percebido como tal pois quando comparado com as despesas, apresentará resultados positivos ou negativos, indicando a necessidade de ações futuras emergenciais ou não.

Será que você está usufruindo de toda a capacidade de sua empresa gerar recursos?

O princípio básico do segmento fitness é a prestação de serviços em atividades físicas, recebendo por esse trabalho através de diárias, mensalidades, trimestralidades, semestralidades, anuidades e períodos não definidos lançados periodicamente (DCC – débitos recorrentes). Esses citados são classificados como receitas operacionais (Core Business). Por si só, na teoria, essas receitas devem manter todos os gastos e despesas da empresa. Esses valores são demasiadamente importantes, pois futuramente servirão de base para definirmos o ticket médio, importante indicador de resultados que será tema de outro artigo mais adiante.

Regime de competência x regime de caixa

É quase um consenso que o DCC alonga o período de permanência média dos clientes em atividade nas academias e otimiza a receita obtida já que elimina a necessidade da presença física deles lançando os valores acordados no cartão, independentemente dessas pessoas estarem presentes.

Uma dúvida recorrente é como lançar a venda de um plano mais longo que foi pago antecipadamente ou parcelado no cartão de crédito. Em contabilidade, os registros seguem dois regimes de lançamentos: caixa ou competência. Qual deles melhor se aplica ao segmento fitness?

No regime de competência, no ato da venda é lançado o valor total da venda de uma só vez, recolhendo os impostos sobre o total. No regime de caixa, o valor total é dividido pela quantidade de meses do período vendido e a parcela lançada mês a mês, quando estiver disponível.

Em se tratando de Brasil, com algo em torno de 30.000 academias e diversos modelos de negociação, minha opção que melhor retrata a realidade seria o regime de caixa evitando ao máximo antecipar parcelas futuras do cartão de crédito, pois essa antecipação gera custos para a empresa, diminuindo ainda mais a receita da venda que, a rigor, já foi negociada com desconto.

Outras receitas financeiras são intituladas como complementares e compõem o fluxo de caixa da instituição, podendo construir ou ampliar reservas como o capital de giro, que socorre o gestor em momentos de receitas financeiras insuficientes para o cumprimento das obrigações da empresa.

É importante que todos esses valores sejam apurados e registrados em uma tabela, pois, serão confrontados com as despesas, para que possamos apurar os resultados dos períodos que usaremos como base para decisões futuras.

As principais contas de entradas de caixa para academias em geral são:

  • Taxa de adesão ou matrícula
  • Diárias
  • Mensalidades
  • Trimestralidades
  • Semestralidades
  • Anuidades
  • Débitos recorrentes
  • Gympass (e similares) 
  • Avaliação físico-funcional
  • Repasse personal
  • Aluguel de espaços, mkt, lojas etc
  • Venda de suplementos
  • Venda de roupas
  • Cantina
  • Receitas de eventos
  • Total   

Estratégia de geração de receita com a avaliação física

Um item em especial deve ser abordado, a avaliação físico-funcional, pois boa parte das empresas do setor abdica de explorar essa atividade, abolindo-a ou tornando-a não obrigatória sob a alegação de baixa procura, objeção ou recusa por parte dos clientes e falta de consenso entre os profissionais. Particularmente, discordo desses argumentos, porque a atividade pode apresentar resultados financeiros relevantes desde que acordados com a equipe de profissionais.

Exemplo: 

  • Academia com 600 clientes/alunos ativos na musculação
  • Avaliações trimestrais 600/3 = 200 alunos mês
  • Preço por avaliação R$50,00
  • Remuneração para o profissional R$20,00
  • Receita líquida para a empresa R$30,00

Assim, com avaliações obrigatórias a cada 3 meses, a academia teria uma receita de 200 x R$ 30,00 por mês, perfazendo um total de R$ 18.000,00/mês além das outras receitas.

Nesse caso, sugiro que a parte do profissional seja paga logo após o término da avaliação, não cumulativa; o que será um complemento financeiro para ele podendo construir suas reservas emergenciais a partir de então. 

Considerando a receita média mensal líquida de R$6.000,00 para a empresa e multiplicando-a por doze meses chegaremos ao montante de R$72.000,00 de receita complementar anual.  Nada desprezível não acha?

A série de musculação válida por três meses e o convencimento do aluno/cliente por parte do profissional de Educação Física da importância da avaliação para o acompanhamento dos resultados dos exercícios é fundamental para o sucesso desse projeto.

De certo, haverá exceções e recusas para a implantação desse projeto que devem ser tratados caso a caso por decisão do(s) gestor(es), mas desconheço argumentos fortes o bastante para abrir mão desse valor complementar que pode solucionar aquela questão de falta de caixa para o 13º, férias mais 1/3 ou investimentos em equipamentos, substituição de esteiras etc.

Não existem soluções simples para questões complexas com diversos elementos que interagem entre si. Superá-los é um desafio e uma ação contínua!

Até a próxima!

Bons negócios e boa sorte!

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