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O futuro da Educação Física

Colunista: Leonardo Farah

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Quando ingressei no ensino superior como docente, após uma carreira extensa em diversas etapas do mundo empresarial—do varejo à distribuição, revenda e importação—tive a oportunidade de vivenciar um cenário diferente. Comecei em 1999, numa época em que poucos acreditavam no potencial do comércio eletrônico, vindo de uma empresa familiar. Porém, com contatos internacionais e observando as tendências tecnológicas que surgiam em outros países, compreendi o tempo necessário para que essas inovações chegassem ao Brasil. Esse entendimento foi fundamental para minha atuação em diferentes mercados, como o da Educação Física, fitness, medicina, esporte, nutrição, dentre outros.

Essa experiência diversificada me ensinou a valorizar a conexão entre diferentes áreas do conhecimento. Nunca tive a pretensão de considerar a minha ciência—Educação Física—como superior. Pelo contrário, aprendi cedo que o sucesso profissional reside na capacidade de gerar conexões, construir pontes e somar esforços para multiplicar resultados.

Você pode estar se perguntando: o que isso tem a ver com o futuro da Educação Física? Bem, se chegou até aqui, já deve ter percebido que seguir modelos prontos não garante sucesso. A chave está na variação de estímulos e na aplicação de diferentes métodos para diferentes situações. Isso exige um repertório vasto de conhecimento. Podemos crescer como um bambu, que se alonga rapidamente, ou como uma pirâmide, sólida e multifacetada. A escolha é nossa. Afinal, guerras não são vencidas com uma única estratégia, e o exercício físico, sem variação de estímulos, não promove as adaptações necessárias.

Entendo que a Educação Física já perdeu muito—talvez por negligência, talvez por uma visão limitada de mundo, ou talvez por uma combinação de ambos. Mas algo que aprendi é que, para mudar, precisamos oxigenar. Assim como o corpo precisa de oxigênio para sobreviver, novas ideias são essenciais para promover mudanças.

Há uma resistência considerável ao novo em nossa profissão. Muitos “profissionais” ainda julgam a qualidade de um serviço pelo físico do colega. Esse tipo de pensamento é ultrapassado e contraproducente. O verdadeiro mérito está em resolver os problemas que a sociedade enfrenta, o que requer um olhar muito mais voltado para fora do que para dentro da Educação Física.

Hoje, não precisamos mais de um profissional para nos orientar em cada movimento—há uma variedade imensa de aplicativos e modelos de negócios que minimizam essa necessidade. No entanto, o profissional de Educação Física deve compreender que a tecnologia está aqui para facilitar a vida, não para substituí-la. Existem clientes que buscam, sim, um espaço para conversar e se exercitar, mas cada um tem necessidades distintas. O exercício físico é um meio para atender essas necessidades e não um fim em si mesmo.

Estamos diante de uma população que cresce biologicamente, mas que frequentemente não desenvolve as habilidades motoras necessárias nem possui a aptidão física mínima para realizar atividades básicas do dia a dia. Nós, como profissionais de Educação Física, precisamos nos adaptar a essa realidade e nos conectar com o que é necessário para que mais pessoas se tornem fisicamente ativas.

Por tudo isso, o futuro da nossa profissão não depende exclusivamente dos conselhos, associações ou sindicatos. Depende de cada profissional que ama o que faz e que se dedica a servir a sociedade com ética e compromisso. É na resolução de problemas que encontramos nosso valor, e não em terceirizar a culpa ou nos colocarmos como vítimas.

 

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