Não dá para falar de gestão de academias sem entender o processo político-econômico nacional e internacional! O cenário macroeconômico influencia sobremaneira o mercado fitness nacional.
Na abertura da 20ª IHRSA Fitness Brasil, esse assunto foi abordado pelo PhD em Economia Luiz Carlos Mendonça de Barros, ex-presidente do BNDES no governo de Fernando Henrique Cardoso e colunista do jornal Valor Econômico e rádio BandNews, na palestra “Macroeconomia e tendências”.
O palestrante expôs que o cenário de crise que se apresentou no Brasil a partir de 2014 teve origem em um certo descontrole da economia que, se considerado como organismo vivo, sofre as alterações ocorridas nos mercados. Assim, a aceleração da economia ocorrida antes desse período, puxada principalmente pelo grande crescimento da China (20 a 25% de aumento do PIB), levou cerca de 35 milhões de brasileiros para a classe média, pela criação de 18 milhões de emprego formais, aumentando, também, o poder de compra da população. Mas todo esse cenário positivo acabou entrando em colapso a partir do segundo governo de Dilma Roussef, gerando inflação alta e desemprego. A partir daí, indústria passa a ter uma capacidade ociosa que desestimula o investimento, gerando perda da qualidade e consequente diminuição da rentabilidade.
As projeções no cenário macroeconômico brasileiro previam uma recuperação TOTAL da economia a partir do 4º trimestre de 2020, mas, no ritmo atual de crescimento, a expectativa é apenas para o 3º trimestre de 2023.
Liberdade econômica no mercado fitness
A eleição de 2018, apesar de ainda polarizada entre duas correntes ideológicas, hoje tende a ser mais liberal, com menos influência do Estado na economia e a sociedade só cresce se a economia PRIVADA também cresce. O mercado fitness precisa absorver esse conceito de liberdade econômica.
Atualmente, o brasileiro tem recuperado seu poder de compra, retornando aos patamares da pré-crise de 2014, devendo crescer de 2,5 a 3% ao ano a partir de 2019.
Em 2019, o PIB cresceu 0,4% no 2º trimestre em relação ao primeiro trimestre, resultado modesto que impediu o país de entrar no que é chamado de recessão técnica e sendo o dobro das previsões do mercado. A indústria, por outro lado, cresceu 0,7% no segundo semestre em relação ao primeiro e o consumo das famílias ainda é positivo apesar de desacelerado.
Por outro lado, o setor de serviços contribui de forma positiva para o PIB brasileiro, talvez sentido menos que a indústria os altos e baixos das políticas econômicas.
Ainda assim, posicionamento e planejamento são fundamentais para se manter em um mercado competitivo e ainda cheio de incertezas.