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A importância do diagnóstico em academias

Colunista: Mauro Guiselini

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Os profissionais da área da saúde, em especial os médicos, fisioterapeutas, nutricionistas, psicólogos e profissionais de Educação Física têm, como uma das principias condutas, prescrever tratamentos, medicamentos, procedimentos ou exercícios, de acordo cada especialidade e especificidade.

A palavra prescrição significa “ato de prescrever, ordem formal, regra, receita médica”. Receita é sinônimo de prescrição, isto significa que, para que o médico prescreva um medicamento ou mesmo uma cirurgia é necessário ter em mãos os resultados dos exames para poder então, com certeza, recomendar o determinado tratamento, ou seja, para tal atitude, realizou, anteriormente, o diagnóstico. Não é aceitável que uma prescrição, qualquer que seja ela, realizada por um profissional da área da saúde, seja feita sem um excelente diagnóstico prévio. Diagnóstico é um substantivo masculino. Sua origem vem dos termos gregos “dia”, que quer dizer “através” e “gignósko”, que significa
“conhecer, saber”.

Um excelente diagnóstico é o resultado da combinação eficaz dos seguintes componentes:

  1. O conhecimento científico adquirido durante a formação acadêmica, incluindo cursos específicos na área de atuação (especialização, mestrado, doutorado, entre outros)
  2. Experiência prática: a aplicação das informações acadêmicas que se transforma em resultados significantes, decorrentes do atendimento aos alunos/clientes/pacientes.
  3. Coleta de dados
    1. Anamnese
    2. Aplicação da Avaliação Multifuncional e Testes Complementares
  4. Raciocínio Pedagógico
    1. Formulação do Diagnóstico
    2. Prescrição de Treinamento
  5. Aplicação Prática:
    1. Sessões de treinamento
    2. Avaliação de Controle

O diagnóstico nos programas de fitness

Quando se trata de exercício físico, a conduta do profissional de Educação Física deveria ser similar aos demais da profissionais da área da saúde, ou seja, fazer o diagnóstico para prescrever o treinamento. Na realidade isto não acontece!

O aluno procura a academia, ou o personal trainer, tendo em vista um objetivo que está relacionado com a saúde e bem-estar, estética ou desempenho esportivo; emagrecer, diminuir a massa muscular, melhorar o condicionamento físico ou recomendação médica que são os principias declarados pelos ingressantes das academias.

É muito comum a prescrição de treinamento ser realizada considerando somente os objetivos dos alunos, a temporalidade esperada e o número de vezes que irá treinar e, de forma simplista, os mesmos são considerados como sendo iniciantes, intermediários ou avançados. São critérios insuficientes para que prescrição de treinamento seja elaborada de forma eficaz, com sólidos fundamento científicos.

No entanto, é comum muitos alunos/clientes estabelecerem metas e objetivos, que não estão de acordo com as suas reais capacidades de atingi-los. Fatores extrínsecos como o padrão de beleza e estética corporal, podem fazer com que muitos estabeleçam como meta transformar o seu corpo, diminuir a gordura em determinadas regiões do corpo, aumentar a massa muscular, ficar com o corpo parecido com o do seu ídolo. No entanto, a sua genética não é favorável; o quadril é muito largo, há o excesso de acúmulo de gordura, a porcentagem de massa muscular e o tipo de fibra não são favoráveis para o treinamento de hipertrofia… Todos esses fatores dificultam a concretização das metas e objetivos, mesmo que estabelecidos em longo prazo.

Correr a maratona de Nova York, ser o melhor tenista do clube, tornar-se um triatleta, participar do concurso de “miss fitness”, são metas relacionadas ao desempenho, para tanto, é necessário muito empenho e dedicação e, acima de tudo paciência, dar tempo ao corpo para que as adaptações fisiológicas ocorram de forma adequada e progressiva.

A não aceitação do próprio corpo, a tentativa de mudar a qualquer custo, a busca do “corpo idealizado” em função da distorção da imagem corporal, um distúrbio de ordem emocional, muitas vezes fazem com que os alunos/clientes também estabeleçam metas inatingíveis ou mesmo nunca estarem contentes com o que conseguiram.

Nestes casos, o professor ou o personal trainer deve estar muito atentos, pois podem estar diante de uma pessoa que necessita de um atendimento complementar como é o caso dos portadores de anorexia, bulimia e dismorfia muscular. Para esses clientes, as metas nunca são atingidas, seguramente se faz necessário um suporte psicológico, uma ajuda para esse desequilíbrio emocional.

Avaliação Multifuncional: diagnosticar os déficits de movimento

Mais recentemente, com as mudanças nos programas de avaliação do aluno ingressante, a Avaliação Multifuncional permite identificar, por meio de testes específicos, as necessidades dos alunos em relação à prática do exercício físico – os déficits de movimento.

É realmente uma situação bastante delicada, uma vez que nem sempre o que o aluno deseja é do que necessita e o contrário também é verdadeiro – do que necessita não é o que realmente deseja. Um exemplo prático:

De acordo com pesquisa realizada pelo Instituto de Ensino e Pesquisa Mauro Guiselini, 31,3% dos homens e 59,3% das mulheres que iniciam um programa de condicionamento físico em academias, necessitam realizar um programa de exercícios para melhorar a estabilidade do CORE, considerando os resultados obtidos no teste de Kendall. No entanto, a grande maioria não aceita essa recomendação, preferem fazer os exercícios tradicionais para fortalecer o abdome, mesmo sabendo dos riscos e inconveniências de tal atitude.

Para esses alunos, com base nos resultados da avaliação, recomenda-se iniciar com exercícios específicos para melhorar a consciência corporal, controle da respiração e estabilização dos músculos do CORE. O desenvolvimento da resistência do CORE deve anteceder o desenvolvimento da força, para a prevenção de lesões bem como para a reabilitação de lesões da coluna lombar.

A força e potência do CORE parecem ser mais importantes para aumentar as medidas de desempenho relacionadas aos esportes – habilidades motoras esportivas que requerem também a agilidade e velocidade, como por exemplo, no salto vertical. A resistência do CORE parece ser mais importante para a prevenção de lesões e reabilitação segundo a literatura.

Isso significa que participar de uma “aula de abdominal, com 30 minutos de duração, com inúmeras repetições, com flexões da coluna lombar”, pode não ser recomendado para aqueles alunos com pouca estabilidade do CORE. Esses alunos deveriam iniciar um programa de exercícios para melhorar a consciência e controle do CORE, estabilização – aprender a acionar voluntariamente os músculos estabilizadores profundos, multífido e transverso do abdome. Aprender a estabilizar a coluna lombar e realizar movimentos acionando os quadris é o mais recomendado!

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