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Educação Física escolar e ginástica coletiva: qual a relação?

Colunista: Geraldo Filho

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Desde que me formei, há mais de 15 anos, eu faço uma comparação dos alunos que frequentam aulas coletivas hoje com os da minha época. Como aluno que fui, mas principalmente profissional da área que me tornei, sempre durante minhas aulas observo diversos aspectos, entretanto, nos dias atuais algo que tem me incomodado bastante é a falta de diversas habilidades nos praticantes, tornando o alcance do objetivo final mais distante, e a falta de algumas delas – como coordenação motora geral, deslocamentos (no caso das aulas aeróbias), consciência corporal – realmente chega a atrapalhar o praticante, promovendo até uma desmotivação e desistência prematura da modalidade que ele está praticando naquela aula.

Sempre percebi isso com clareza e tentava todas as estratégias que melhorassem de alguma forma essas deficiências para que os alunos não perdessem a motivação, mas ao mesmo tempo não soubessem que naquela condição do momento o que era almejado seria mais difícil e/ou mais demorado. Então comecei, de forma divertida, a fazer perguntas afirmativas, tipo “fugiu da “Educação Física escolar, né?” e, sem pestanejar, eles respondiam com toda sinceridade que SIM!

Pois bem, se analisarmos ao pé da letra, o início das sessões de treinamento funcional exigiam o que exatamente deveríamos ter aprendido na escola: coordenação, noção espaço-temporal, lateralidade, deslocamentos, dentre outros elementos da psicomotricidade. Essas qualidades básicas deveriam acompanhar os alunos; se você pegar um vídeo de grandes profissionais da Ginástica (André Fernandes, Cida Conti, Carol Macário, Mônica Tagliari, Mauro Guiselini , Murilo Guerra, Fábio Saba, Marcelo Costa, Socorro Cirilo, dentre outros), você perceberá a qualidade dos praticantes em todos os aspectos, por isso as aulas eram verdadeiros espetáculos de todas as capacidades ou pelo menos das principais, as aulas eram mais complexas e com menos dificuldade de execução por parte deles.

A importância da Educação Física escolar

Quando se fala em Educação Física escolar, fala-se da importância dela não só para as demais modalidades, mas para a vida; quem participa desde cedo, sem sombra de dúvidas tem muito mais rendimento em diversos setores até de se livrar de situações difíceis! Não é à toa que quem cria as provas do BBB e do Caldeirão do Huck é o melhor profissional do segmento escolar do Brasil, Luiz Didiu, e isso reflete também nas aulas coletivas: imagine ministrar uma simples aula de aeróbia básica (a mãe de todas as aulas) onde a maioria não sabe se deslocar lateralmente (movimento conhecido como grapevine). A campeã das dificuldades, entretanto, é a aula de step, às vezes até o simples fato de subir e descer de forma ritmada é um terror para alguns alunos, perceberam?

Portanto, quero enfatizar mais uma vez que o nosso papel não é só treinar a força, resistência, capacidade cardiorrespiratória etc. É também melhorar pedagogicamente as habilidades motoras, para que as capacidades supracitadas sejam desenvolvidas posteriormente com mais sucesso, isso significa dizer mais uma vez que o Mestre Mauro Guiselini está perfeitamente correto quando ele afirma que “tem muito especialista em muita coisa e pouco pedagogo do movimento”!

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