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Natação monitorada: acompanhamento constante do aluno

Colunista: Marcelo Barros de Vasconcellos

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A natação tornou-se uma das modalidades esportivas mais praticadas no Brasil1. Popularizou-se devido a vários fatores: o clima favorável, piscinas em abundância, cidades cortadas por rios, lagoas e praias, aumento de locais que oferecem aulas, disseminação de projetos sociais de natação e, sobretudo, à divulgação dos benefícios associados à prática. De fato, todos devem aprender a nadar2, seja como forma de prevenção de afogamento ou melhora da saúde3.

A natação evoluiu na tecnologia de monitoramento dos atletas com equipamentos portáteis que servem para avaliar o desempenho dos nadadores. Ademais, é um esporte em constante aprimoramento, seja pelos recursos utilizados no treinamento ou em avaliações no desenvolvimento técnico dos seus fundamentos4. Entretanto, fora do alto rendimento, o ensino habitual da natação ainda precisa evoluir, sobretudo no que se refere ao diagnóstico e à forma de monitoramento (acompanhamento) e registro da aprendizagem do aluno. Deve-se melhorar a avaliação e os registros de dados dos nadadores5. A avaliação permite que o professor tome a decisão mais eficiente para que o aluno iniciante seja contemplado frente à sua necessidade e possibilite a prescrição com intensidades e volumes adequados ao seu nível de competência. Serve, também, para corrigir o nado, entender os resultados obtidos, mensurar o progresso dos alunos6 e acompanhar o seu desenvolvimento aquático7.

Avaliação da aprendizagem na natação

A partir da definição dos objetivos, o profissional que trabalha com natação deverá selecionar instrumentos para avaliar a aprendizagem7. Todo aluno de natação deve fazer um teste antes de iniciar as aulas8 para diagnosticar sua capacidade de assimilação e evitar a supressão de alguma etapa importante para o domínio aquático. Na área escolar, considera-se que a avaliação deve ser algo útil para professor e aluno para que eles possam dimensionar os avanços e as dificuldades dentro do processo de ensino e aprendizagem. Já fora do ambiente escolar, a maioria das iniciativas dos locais que oferecem aulas de natação propõe ferramentas avaliativas e momentos avaliativos, mas não contemplam um plano de ensino, com objetivos pré-definidos, avaliações que se relacionem com a proposta do ensino da natação e, portanto, possam ir além da avaliação com fim em si mesma. Falta o monitoramento constante do aluno e aplicação de intervenção baseada nos resultados encontrados.

A avaliação com foco no monitoramento, ao proporcionar a identificação do estágio de aprendizado do aluno, permite que o professor elabore o planejamento mais eficiente e com a progressão adequada ao ensino que aproxime com maior eficiência os objetivos do programa às necessidades do aluno, melhorando a qualidade da aprendizagem do nadar7. A administração efetiva de um programa de treinamento para natação exige um monitoramento preciso das mudanças que ocorrem nos desempenhos aeróbicos e anaeróbicos dos atletas. Atualmente, os testes sanguíneos constituem o método mais preciso para monitoramento de treinamento à disposição de treinadores e atletas, no entanto, muitos treinadores não possuem equipamento, dinheiro, tempo ou experiência para utilização dos testes sanguíneos. Por essa razão, fazem-se necessários outros procedimentos não invasivos para monitoramento do treinamento9.

Natação Monitorada

A Natação Monitorada, metodologia criada pelo professor Marcelo Barros de Vasconcellos, foi publicada no livro “Natação monitorada: testes da aquacidade até o nível avançado” e se propõe a apresentar e discutir formas não invasivas de registro e avaliação do aluno de natação desde o primeiro dia de aula (teste de aquacidade) até a performance nos nados, com ênfase no monitoramento sistemático e, sobretudo, discutir a importância do professor de natação criar métodos para monitorar o aprendizado do aluno10.

A utilização da metodologia natação monitorada, que trata dos testes desde aquacidade até o nível avançado é de grande valia a todos os profissionais e estudantes da Educação Física, bem como aos amantes da Natação, pela organização e abrangência com que o autor trata o tema.

 São itens importantes abordados na metodologia da natação monitorada: análise do perfil do aluno; tipo de anamnese; autoavaliação do Estado de saúde; características dos praticantes, carga de treino e consequências; intensidade de treinamento; questionários e fichas diversas de controle do aluno, entre eles Questionário de Prontidão para Atividade Física; tipos de avaliação; habilidades técnicas de ensino, como ferramenta do processo pedagógico e avaliativo; sugestões de diversos testes, considerando o nível de habilidade aquática dos praticantes e muito mais.

Acompanhar o aluno na natação se tornou mais que uma metodologia e sim uma necessidade11 diante das buscas pelo atendimento cada vez mais personalizado no ambiente aquático.

E você, o que utiliza para monitorar a sua natação?

Referências

  1. Venancio BO, Tacani PM, Deliberato PCP. Prevalência de dor nos nadadores de São Caetano do Sul. Rev Bras Med Esporte. 2012; 18(6): 394-99.
  2. Melo VA, Peres FF. A natação nas escolas do Rio de Janeiro do século XIX (1853-1889). Educação em Revista. Belo Horizonte. 2016; 32(1): 287-306.
  3. Vasconcellos Marcelo Barros; Macedo, Fernando Correa. Prevenção do afogamento com uso de conteúdos: Atitudinal, procedimental e conceitual. Latin American Journal of Development, Curitiba. 2021; 3(6): 3741- 54.
  4. Silveira GA, Araújo LG, Freitas ES, Schutz GR, Souza TG, Pereira SM, Roesler H. Proposta de padronização para a distância de análise do desempenho da virada no nado crawl. Rev Bras Cineantropom Desempenho Hum 2011; 13(3):177-182.
  5. Costa AM, Costa MJ, Marinho DA. Velocidade crítica em natação: uma revisão da literatura. 2015; 11(3) 158-170.
  6. Kerbej FC. Natação: algo mais que 4 nados. São Paulo: Manole, 2002.
  7. Freudenheim AM, Gama RIRB, Carracedo VA. Fundamentos para a elaboração de programas de ensino do nadar para crianças. Revista Mackenzie de Educação Física e Esporte. 2003; 2(2):61-9.
  8. CONSELHO REGIONAL DE EDUCAÇÃO FÍSICA. Resolução CREF1 026/2003. Dispõe sobre Normas de Segurança para sessões, aulas, treinamento, atividades aquáticas e similares, 2003.
  9. Maglischo EW. Nadando o mais rápido possível. 3 ed. São Paulo: Manole, 2010.
  10. Vasconcellos MB. Natação Monitorada. Testes desde aquacidade até o nível avançado. Rio de Janeiro: Paco, 2019.
  11. Vasconcellos MB, Macedo FC, Silva CCC, Blant GO, Sobral IMS, Viana LCA. Segurança aquática: teste de conhecimento preventivo de afogamento usado nas aulas de natação para prevenir o afogamento. Brazilian Journal of Health Review. 2022: 5(6):24304-24324.

 

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