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Qual é o seu propósito?

Colunista: Jorge Oliveira

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Por que você faz o que você faz?

Quantas vezes já ouvimos esta pergunta? Ora, nada mais comum do que respondermos aquilo que fazemos em nosso dia a dia (ou que pensamos ser a nossa real tarefa). Muitos responderiam ao questionamento dizendo “atendo clientes na recepção”, “vendo pacotes mensais e/ou semestrais de atividade física” e, pessoas que possuem a mesma profissão que eu, costumam responder “dou aulas”.

Mas será que nossa verdadeira missão é fazermos o que fazemos???

Para ilustrar melhor aonde quero chegar, reproduzirei uma passagem do livro “Liderança & Propósito – o novo líder e o real significado do sucesso”, de Fred Kofman, Editora Harper Collins, 2018:

“Em 1961, o presidente John Kennedy foi visitar a sede da NASA pela primeira vez. Enquanto andava pelo lugar, ele se apresentou para um cara que estava esfregando o chão e perguntou-lhe o que ele fazia na NASA. O zelador respondeu todo orgulhoso: “estou ajudando a levar o homem à lua”!

Ao ler este trecho, me veio a seguinte reflexão: quantos de nós respondemos que estamos ajudando a nossa empresa a dar certo? Ou que estamos ajudando nosso time a vencer?

Muitas vezes somos induzidos a focar todas as nossas energias e atenção na nossa tarefa primária e como consequência, não nos envolvemos com a missão da empresa; porém, para que esta missão seja alcançada de forma satisfatória, é recomendado que haja um esforço conjunto de todos que compõem o time.

E o que motiva cada colaborador a fazer o seu trabalho pensando no todo e não apenas em si próprio?

É o propósito que nos move em direção a um objetivo. Buscando na literatura, podemos afirmar que propósito é uma grande vontade de realizar ou alcançar alguma coisa. E esta vontade é otimizada, na medida em que incentivos são planejados e implementados. Mas o que percebemos em muitas empresas são incentivos “disfarçados” de propostas de recompensa, onde o que é estimulado é a competição entre os colaboradores levando-os a pensar muito mais em seu benefício do que no bem comum, na entrega da empresa como um todo, no trabalho em equipe e na missão da instituição.

Usando o esporte para ilustrar tal cenário, imaginem um time de futebol: se cada um fosse recompensado (“incentivado”), pelo índice de produtividade na sua função, provavelmente, aos zagueiros, o que interessaria, seria a quantidade de gols sofridos – quanto menos gols, melhor – enquanto que aos atacantes, seria a quantidade de gols marcados. Ora, se formos pensar no bem comum e no resultado final da partida, ao time como um todo, seria melhor vencer de 3 x 2 ou perder de 1 x 0 ? Vocês responderão a primeira opção (óbvio), mas aos olhos dos zagueiros, a segunda opção seria mais vantajosa no que diz respeito à recompensa, pois teriam levado apenas 1 gol.

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Aonde quero chegar?

Você, gestor/líder de empresas (sejam elas quais forem, sempre repito isto), cuidado ao estabelecer indicadores de produtividade e vinculá-los a recompensas. Muitas vezes, achamos que estamos criando algo para motivar o time de colaboradores, mas o que na verdade fazemos, é estimular a disputa individual em detrimento do bem maior que é a missão da empresa.

E o que isto tem a ver com propósito?

Uma vez que o colaborador encontre o seu propósito, o incentivo (ou elemento motivador como alguns o denominam) pode até existir, mas não se sobrepõem ao bem comum de toda a equipe: ajudar o time a vencer!

Cabe a você, gestor/líder, estar atento ao clima organizacional, ouvir o seu colaborador e tentar ajudá-lo a encontrar o seu propósito.

Boa sorte e até breve!

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