Hoje, a Arquitetura e sua gestão são fundamentais para as academias de ginástica: no momento da venda, é fundamental por ser a forma de demonstrar como será a experiência do cliente na academia e também uma poderosa ferramenta de retenção.
Mas nem sempre foi assim: as primeiras academias de ginástica do Brasil eram simples salas de musculação, muito parecidas com o fisiculturismo dos clubes, naquela época não se pensava em arquitetura, vendas e nem retenção. O público, masculino em sua grande maioria, somente frequentava pelos equipamentos.
Na década de 80, com o aparecimento das aulas coletivas e o aumento da frequência de mulheres, surgiram as academias com mais modalidades, ainda sem preocupação com a parte de ambientação, mas já preocupados em agradar o cliente, com ambientes limpos e manutenção bem feita. É o advento do fitness.
Logo em seguida, no final da década de 90, aparece o conceito de Wellness – o bem estar – e aí a arquitetura começa a atuar com a ideia de planejar o ambiente para tornar a atividade física mais prazerosa e com isso, as academias passam a receber um público com mais diversidades: crianças, idosos, e pessoas preocupadas com a saúde e não somente com a forma física. O mercado passa a crescer e surge também o conceito de vendas.
A partir desse momento, a arquitetura da academia foi acompanhando a evolução das técnicas de vendas e consequentemente, as necessidades dos alunos. Conforme foi-se aumentando a quantidade de praticantes de atividade física orientada, a arquitetura foi englobando a ambientação e a iluminação.
Com a entrada de investidores de outros segmentos no nosso mercado, começaram a surgir as redes, pensadas como um negócio, mas ainda com bastante espaço para operadores independentes. Para as redes, a Arquitetura fazia parte da gestão e os projetos passaram a ser pensados para impressionar os alunos, que passaram a ser vistos como clientes pela primeira vez. Já é entendido que a academia, além de proporcionar Atividade Física e Bem Estar também tem que proporcionar diversão para manter o cliente motivado.
A partir daí, o crescimento começou a ser bem mais rápido: surgem no Brasil as academias low cost, low price. É o momento de profissionalização do mercado. A Experiência do Cliente, algo já trabalhado na arquitetura do varejo, passa a ser fundamental nos projetos de academia, especialmente pela diferenciação. O conceito de público-alvo, que tinha aparecido tímido no início dos anos 2000, fica evidente e torna-se um ponto fundamental para o sucesso das academias. Afinal, entende-se que o cliente precisa ser convencido a frequentar e academia.
E aí, com uma rapidez incrível, o mercado começa a ser segmentado: os nichos vêm com força. A Experiência do Cliente tem que ser transformada em emoção para mantê-lo fidelizado e a arquitetura vai se tronando mais impactante a cada momento, com a criação de cenários envolventes e técnicas de entendimento das expectativas do cliente para traçar a sua jornada.
Estávamos nesse momento de diversificação e especialização das atividades quando o mundo parou pelo Covid-19. A partir daí, temos algumas previsões seguras, como o quanto novas pessoas, que nunca tinham frequentado academias, passaram a valorizar a atividade física com foco em saúde e começaram a se matricular. Outra certeza é que todos os perfis de cliente estão mais criteriosos com a limpeza e biossegurança do ambiente da academia.
Também temos algumas previsões que são indícios, como o aumento do treinamento personalizado, dos pequenos grupos e dos programas para públicos específicos.
Mas a grande certeza é que é o momento de ficar muito atento ao novo consumidor e às suas necessidades e dar as respostas na arquitetura rapidamente. Mais do que nunca, a gestão da Arquitetura deve ser uma das prioridades das academias.
Bom Projeto!!!