Em “A CHEGADA” (2016) a especialista em linguística Louise Banks (Amy Adams) lidera um time de elite para estabelecer comunicação com seres de outro planeta que estacionaram sua nave em um local remoto na Terra.
O suspense gira em torno dos motivos que trouxeram os heptapodes (como são chamados os alienígenas) para a Terra. Na medida que a trama se desenrola, Luise se sente mais confiante e segura do trabalho que está fazendo e, em determinado momento, percebe que o traje que está vestindo está atrapalhando a comunicação, então, em uma ação corajosa, resolve tirar a proteção e interagir fisicamente com os extraterrestres.
No fim, depois de entender os objetivos dos heptapodes, os personagens compreendem a importância da transparência na linguagem no processo de adaptação, evolução e conquista de resultados.
Comunicação é o ato de tornar comum a ação, garantindo a diminuição de ruídos e o entendimento pleno da mensagem.
A comunicação das academias
As academias e centros fitness passam a mesma mensagem desde 1970, ou seja, comunicam-se com todos os públicos (sedentários, obesos, hipertensos, homens, mulheres, idosos, adolescentes etc.) transmitindo a mesma linguagem e comunicação que as fizeram ter relevância no século passado.
São toneladas e toneladas de argumentos focados em metodologias de treinamentos entediantes, equipamentos chatos, máquinas e exercícios monótonos e apelo aos comportamentos de consumo que “falam” com as pessoas com mentalidade da década de 1970.
É obvio que as academias e centros fitness não se comunicam com a maior parte da sociedade. Está claro que a linguagem deles é muito primitiva para a civilização atual e isso revela algo mais profundo: nós estamos tentando fazer pessoas com necessidades sofisticadas se adaptarem às ações comuns ultrapassadas!
Para evidenciar essa afirmação, utilizo o principal argumento que as pessoas dão para justificar o motivo pelo qual não conseguem dar continuidade a um programa de atividade física em academia:
“Eu não fui feito para fazer academia!”
Talvez você já saiba disso tudo. O que você não sabe – e talvez seja a maior e mais importante revelação deste texto – é que “não é você que não foi feito para academia, é a forma que a atividade física é realizada (nas academias) que não foi feita para você!”
O que mudou nos aparelhos, equipamentos, métodos de treinamento e no padrão de comunicação das academias nos últimos 50 anos?
NADA!
Talvez uma linguagem direcionada para grupos específicos, mas na essência, uma academia de 2022 é a mesma coisa do que uma academia de 1970. Ok, inserimos mais conforto, conveniência e uns atributos a mais, mas a essência é a mesma!
Para mudar este cenário e atrair TODA a civilização para os centros fitness, precisamos sair do conforto do “traje de proteção” que vestimos há meio século, precisamos parar de comunicar a mesma coisa da década de 1970 e reinventar a forma de atender e entender as pessoas!