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Natação com Bodyboard

Colunista: Marcelo Barros de Vasconcellos

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O bodyboard é considerado um dos esportes aquáticos de crescimento mais rápido do mundo1 praticado na superfície das ondas do mar, em que o surfista usa uma prancha bodyboard para deslizar pela crista, face ou curva de uma onda em direção à areia. O bodyboard, na tradução literal, o termo em inglês significa “prancha de corpo”.

Tudo o que a pessoa iniciante precisa para praticar o bodyboard na água é uma prancha. As pranchas de bodyboard costumam ser mais baratas do que as pranchas de surfe. Uma prancha padrão de bodyboard consiste numa peça curta e retangular de material sintético hidrodinâmico. Ela deve sempre conter uma tira ligada ao centro da prancha chamada leash, pois em caso de queda da prancha, o surfista pode rapidamente puxar a prancha, voltar à superfície, flutuar e evitar afogamento.

Existem dois itens opcionais para o iniciante praticante de lazer por um curto período; uma roupa de neoprene e um par de nadadeiras. Se a pessoa vai praticar este esporte por um período maior, invista em um traje de neoprene com uma espessura suficientemente grossa, para que ela não sinta frio. Além disso, se desejar proporcionar uma propulsão adicional e maior controle da prancha pode investir em pés de pato.

Bodyboard é uma atividade popular, mas não isenta de riscos2. Estudo mostrou que o bodyboard tendia a induzir lesões da medula espinhal após a cabeça ou o rosto colidirem com o fundo do mar3. Assim, haja sempre com prudência no mar ao praticar bodyboard, principalmente se você for mais velho, morador do interior não familiarizado com a praia e com fatores de risco para eventos cardíacos2.

Possibilidade de ensino do bodyboard na natação

Dentro do programa de aulas de natação, o professor pode introduzir, gradativamente, o ensino do bodyboard. Uma possibilidade é trabalhar na primeira aula o ensino com pranchas que já são usadas na natação para desenvolver o equilíbrio do aluno4. 

Em seguida, inicia-se o processo de familiarização com a prancha bodyboard. Para tal objetivo, o aluno iniciante pode vivenciar na piscina a forma de apoiar o corpo deitado na prancha com uma pegada alta com as duas mãos equilibrado na prancha para realizar a pernada com ou sem o pé de pato. Também pode afundar a frente da prancha simulando ‘furar” a onda e realizar mudanças de direção.  

O professor pode trabalhar com educativos de deslize, partindo da borda, segurando a prancha e em seguida inicia-se as pernadas de forma equilibrada.

Outra possibilidade é fazer uma recreação com a turma usando uma corda para puxar os alunos na prancha de bodyboard. A turma pode ficar na lateral onde o aluno vai passar “surfando” e os outros alunos podem produzir ondas com o uso das mãos ou com pranchas de natação. Verifique quem vai conseguir se equilibrar durante todo o percurso.  

O professor pode aumentar a velocidade de puxar os alunos gradativamente. Certamente essa experiência vai ser uma quebra da rotina das aulas tradicionais de natação e sobretudo uma aula introdutória ao surfe seguro de bodyboard.

As aulas de natação com iniciação segura de bodyboard ajudam a preparar os alunos para o lazer aquático seguro fora da piscina. Nesse contexto de aula, o aluno não vai aprender apenas a vivenciar habilidades motoras de surfe com uma prancha de bodyboard na aula de natação, ele vai aprender a ter atitudes direcionadas para ele saber:

  1. Conviver e respeitar as regras de utilização do mar com outros surfistas e banhistas.
  2. Buscar orientações do instrutor de surfe e guarda vidas na praia.
  3. Seus limites de proximidade da areia e distância da arrebentação de ondas.
  4. Conviver com as normas de conduta para não machucar um banhista.
  5. Adotar hábitos para prevenir acidentes5,6.

Assim como o aluno é ensinado para ser capaz de saber sobre conceitos e interpretar:

  1. As placas de aviso de profundidade.
  2. Os avisos de perigo.
  3. Os riscos de correnteza.
  4. As cores das bandeiras fixadas na praia.
  5. O que é uma onda grande, dentre outros5,6.

Prevenção sempre!

Ao ensinar na piscina, o professor deve estar atento para conscientizar o aluno sobre as diferenças entre surfar na piscina (local abrigado) e no mar (local aberto)4. Pode iniciar a prevenção falando sobre a obrigatoriedade do uso do leash preso no punho do aluno para conscientizar o aluno a sempre prender a prancha no punho para que o lazer não se torne uma tragédia.

Como medida de segurança, é sempre indicado ter aulas com um instrutor de bodyboard que conheça o local antes de tentar pegar ondas no mar sozinho, principalmente se a pessoa for iniciante e o local for em ambiente com ondas grandes e correnteza forte. Se a pessoa é iniciante, ao praticar o bodyboard no mar, busque locais com serviço de salva-vidas, com ondas pequenas e adequadas ao seu nível de surfe, além de observar a previsão das condições meteorológicas, alterações dos ventos e busque conhecimentos básicos da dinâmica costeira.

Mesmo para quem sabe nadar, a prevenção é sempre recomendada. Avise sempre alguém que você vai entrar no mar para surfar. Como a água reflete a luz do sol, procure usar protetor solar e roupa adequada, tanto para proteção, como para situações de frio/calor, vento ou água gelada4.

Adicione o texto do seu título aqui

  1. Mantecón, A. Barbosa-Almeida, E. Valverde, T. García-Manso, JM. Rodríguez-Ruiz, David. Mechanical response of knee muscles in high level bodyboarders during performance. Original Articles • Rev Bras Med Esporte 21 (2) • Apr 2015.
  2. Lawes JC, Koon W, Berg I, van de Schoot D, Peden AE. The epidemiology, risk factors and impact of exposure on unintentional surfer and bodyboarder deaths. PLoS One. 2023 May 18;18(5):e0285928.
  3. Omori K, Kondo A, Oode Y, Itoi A, Sakuraba K, Yanagawa Y. Analysis of patients with bodyboarding injuries transported by physician-staffed emergency helicopter. J Emerg Trauma Shock. 2015 Jan-Mar;8(1):39-42. 
  4. Vasconcellos, Marcelo Barros. Aula de natação para iniciação segura de Stand Up Paddle (SUP). Revista Empresário Fitness & Health. Edição 140. Agosto de 2024. https://revistaempresariofitness.com.br/atividades-aquaticas/stand-up-nas-aulas-de-natacao/.
  5. Vasconcellos, M.B.; DE Macedo, F.C. Prevenção do afogamento com uso de conteúdos: Atitudinal, procedimental e conceitual: Drowning prevention using content: Attitudinal, procedural and conceptual. Latin American Journal of Development, [S. l.], v. 3, n. 6, p. 3741–3754, 2021.
  6. Vasconcellos, Marcelo Barros. Verão chegando! Ações para prevenção de afogamento. Revista Empresário Fitness & Health. Edição 144. Dezembro. 2024. Disponível em: https://revistaempresariofitness.com.br/destaque/verao-chegando-acoes-para-prevencao-de-afogamento/.

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