Publicidade

[uam_ad id=”3500″]

Aulas de HIIT podem ser uma alternativa para a falta de tempo

Colunista: João Rafael

Publicidade

Vamos iniciar a nossa discussão discorrendo sobre o que é o HIIT. Essa siga em inglês significa Hight-Intensity Interval Training ou, em uma tradução livre para a língua portuguesa Treinamento Intervalado de Alta Intensidade, mas para efeito deste artigo, vamos manter a sigla em língua inglesa, pois, essa metodologia de aplicação do treinamento é largamente conhecida como HIIT, inclusive no Brasil.

O HIIT se caracteriza por ser um exercício que possui momentos de estímulo alternado por recuperações, daí o nome intervalado, pois, empregam-se intervalos de restauração cardiometabólica entre os estímulos. Uma outra característica são as altas intensidades de exercício empregadas na execução do estímulo, então, portanto, o nome Treinamento Intervalado de Alta Intensidade fica bem caracterizado.

Aqui temos a certeza que: (i) O Treinamento Intervalado de Alta Intensidade (HIIT) é uma alternativa para a falta de tempo e, (ii) aprender sobre essa metodologia nas diversas valências fisiológicas permitirá melhorar a sua prescrição ao seu público alvo e, no contexto aqui buscado seguindo-se a ideia central ventilada no título, a composição corporal pode ser positivamente afetada pelo HIIT, onde, as medidas quantitativas e qualitativas da composição corporal podem ser modificadas de maneira mais intensa do que em treinamentos contínuos tradicionais, como, por exemplo, a caminhada.

Martin J. Gibala e John A. Hawley em seu artigo intitulado “Sprinting Toward Fitness” publicado em 2017 na respeitadíssima revista Cell Metabolism, afirmam que “o exercício intermitente intenso, ou treinamento intervalado, é um poderoso estímulo para induzir muitos dos efeitos fisiológicos tipicamente associadas ao treinamento contínuo tradicional de intensidade moderada. Enquanto treinadores e os atletas reconheceram o valor do treinamento intervalado para melhorar o desempenho por mais de um século, o interesse atual centra-se na aplicação deste método para a promoção da saúde. Apesar de renovado, a base mecanicista para o remodelamento fisiológico que ocorre em decorrência do treinamento intervalado e o papel desempenhado na mediação de respostas deve ser elucidado”.

Neste caso, para contextualizamos o que aqui afirmaremos, citaremos um trabalho chamado “Multimodal HIIT is More Efficient Than Moderate Continuous Training for Management of Body Composition, Lipid Profile and Glucose Metabolism in the Diabetic Elderly”, publicado no periódico científico intitulado International Journal of Morphology em 2019, pelo pesquisador Adalberto Louzada Júnior e colaboradores e que teve como orientador este interlocutor que vos escreve. Vale ressaltar, no entanto, que este é um trabalho entre diversos que chegou a resultados semelhantes, demonstrando a robustez das afirmações que vamos fazer. Este trabalho demonstrou que idosos cardiopatas e/ou diabéticos podem se beneficiar do HIIT no que se refere a diversos fatores de saúde como os valores da concentração de diferentes lipídios no sangue e outros fatores de risco para o coração. Este mesmo artigo demonstra categoricamente que a composição corporal melhorou mais que quando comparado com o treinamento contínuo, neste caso, a caminhada (2).

Vamos nos aprofundar mais nos resultados deste artigo? Então, as medidas quantitativas Massa Corporal Total (peso) e o Índice de Massa Corporal diminuíram no grupo submetidos ao HIIT e na caminhada, mas com maior magnitude para o HIIT, no entanto, as medidas qualitativas de distribuição da gordura corporal como a circunferência da cintura, relação cintura/quadril e relação cintura altura só melhoraram no HIIT. Esses resultados evidenciam que o HIIT é mais eficaz do que o treinamento contínuo para a gestão da composição corporal de idosos com doenças cardíacas ou metabólicas (2).

Adicionalmente, um artigo de revisão sistemática com meta análise, publicado por Ricardo Borges Viana e colaboradores, tendo sido orientado pelo Professor Paulo Gentil, intitulado “Is interval training the magic bullet for fat loss? A systematic review and meta-analysis comparing moderate-intensity continuous training with high-intensity interval training (HIIT)” publicado ainda em 2019 em um dos periódicos científicos mais renomados do mundo e o mais importante da Educação Física chamado British Journal of Sports Medicine após comparar os resultados do HIIT com os de outros treinamentos contínuos tradicionais, concluíram que ambos os treinamentos reduzem percentual de gordura corporal (%), contudo, o treinamento intervalado forneceu resultados em média 28,5% melhores na redução da massa gorda absoluta dtotal (kg) do que o exercício contínuo de intensidade moderada (3).

Bom, após esta contextualização que fornece dados consistentes sobre a eficácia do HIIT sobre  a composição corporal, que está entre as maiores preocupações e objetivos das pessoas que procuram as academias de ginástica e, se aliado ao fato de que essa atividade exige menor tempo de exposição ao exercício do que outras atividades clássicas, ela pode representar uma estratégia para a conquista de novos adeptos ao exercício físico ou para a fidelização de “alunos” que frequentam a sua academia de maneira mais esporádica.

Portanto, se tomados em conjunto, estes fatos podem corroborar para manter o público da academia e até mesmo ampliar o booking de clientes com mais uma alternativa de atividade em academia. Ressalte-se ainda que, esta atividade pode ser muito barata para ser implementada na academia devido ao fato que ela não exige grandes investimentos em materiais e equipamentos específicos.

Ficam registrados, então, os fatos e as dicas para a implementação do HIIT como uma alternativa viável e eficaz nas academias de ginástica.

Referências

  1. Gibala MJ, Hawley JA. Sprinting Toward Fitness. Cell Metab.: 2017.
  2. Júnior AL, da Silva JM, da Silva VF, Castro ACM, de Freitas RE, Cavalcante JB, Dos Santos KM, Albuquerque APA, Brandão PP, Bello M de ND, Guimarães AC, Carvalho MCG de A, Pernambuco CS, Lima EBR, Coelho RR, Santos CA de S, Bezerra JCP, Dantas EHM, Silva RPM, da Silva CF, Sampaio AN, Valentim-Silva JR. Multimodal HIIT is more efficient than moderate continuous training for management of body composition, lipid profile and glucose metabolism in the diabetic elderly. .
  3. Viana RB, Naves JPA, Coswig VS, De Lira CAB, Steele J, Fisher JP, Gentil P. Is interval training the magic bullet for fat loss? A systematic review and meta-analysis comparing moderate-intensity continuous training with high-intensity interval training (HIIT). Br. J. Sports Med.: 2019.

Leia outros artigos

O que achou desse artigo?

Publicidade

Publicidade

Publicidade

REF&H
Enviar